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Investigação

Cientistas criam ferramenta de IA para impulsionar luta contra a resistência antimicrobiana

Cientistas criam ferramenta de IA para impulsionar luta contra a resistência antimicrobiana iStock

Investigadores internacionais desenvolveram uma nova ferramenta, denominada AMR-Policy GPT, que pretende auxiliar na luta contra a resistência antimicrobiana (RAM) através da utilização de Inteligência Artificial (IA).

O AMR-Policy GPT, um modelo de linguagem desenvolvido por investigadores da Academia Chinesa de Ciências, da Universidade de Durham (Reino Unido) e de outras instituições, reúne informações políticas relacionadas com a RAM em 146 países, proporcionando assim aos decisores políticos um acesso rápido e preciso a dados atualizados e relevantes sobre a matéria.

 

“A nossa ferramenta atua como uma companheira inteligente, oferecendo informações baseadas em evidências de diversas áreas. Isto é especialmente útil para países com recursos limitados, permitindo-lhes tomar decisões informadas sem precisar de uma infraestrutura robusta”, explicou David Graham, professor da Universidade de Durham e um dos responsáveis do projeto.

Em resposta a esta problemática, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um Plano de Ação Global em 2015 que instava os países a desenvolverem planos nacionais baseados na abordagem “One Health”, um modelo que considera a ligação entre pessoas, animais, plantas, seres humanos e meio ambiente. No entanto, muitos países enfrentam barreiras à implementação destas políticas devido à falta de recursos, dados e capacidades técnicas.

 

“A abordagem da OMS torna esta inovação particularmente relevante para a comunidade veterinária. A propagação da RAM através dos animais e do ambiente é uma questão crítica, e ferramentas como a AMR-Policy GPT podem promover uma maior colaboração entre veterinários, médicos, cientistas e decisores políticos”, enaltece ainda David Graham.

Além disso, os cientistas responsáveis pelo projeto destacam ainda a importância da implementação de práticas sustentáveis ​​na medicina veterinária, como o uso cauteloso de antimicrobianos em animais e a melhoria da biossegurança em explorações e clínicas.

 

“A RAM, que ocorre quando microrganismos como bactérias e vírus param de responder aos medicamentos, dificulta o tratamento de doenças graves como o VIH, a tuberculose e a malária. Esta resistência, além de complicar os tratamentos, coloca em risco a saúde animal e humana, especialmente em países de baixo e médio rendimento, onde a propagação ambiental da RAM é mais grave devido à má gestão dos resíduos e à má qualidade da água”, salientam os investigadores.

 

 

 

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