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Mundo discute uso de Ketamina, o analgésico usado em cavalos que intoxicou reclusos de Castelo Branco

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Oito reclusos do estabelecimento prisional de Castelo Branco foram hospitalizados depois de terem sido detetados sinais de intoxicação, alegadamente devido à toma de tranquilizantes usados em cavalos. De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde, os reclusos correm perigo de vida.

“O estado é grave, sendo imprevisível o seu desenvolvimento durante algumas horas. É evidente que correm perigo de vida“, disse o presidente da ULS de Castelo Branco, Vieira Pires, ontem ao final da tarde (26 de abril) relativamente ao estado de saúde dos oito reclusos.

Quando deram entrada no serviço de urgência do HAL os oito reclusos apresentavam sintomatologia compatível com ingestão ou inalação de “algo estranho” que não havia ainda sido identificado.

O diretor clínico do HAL explicou à imprensa que neste momento, “de modo sério e profissional, não se pode confirmar que foi a ketamina (tranquilizante usado em cavalos). Não podemos excluir que existam outras drogas associadas”. As análises feitas no laboratório do HAL deram resultado positivo para “cannabis e benzodiazepina. O resto foi para os laboratórios competentes”, explicou ainda Vieira Pires.

A ketamina é um fármaco que tem sido contestado nos últimos anos por várias organizações que pretendem proibir a sua utilização quer para fins veterinários, como na medicina humana.

A Organização Mundial de Saúde  é contra esta medida e acredita que “a proposta irá diminuir de forma significativa a capacidade de providenciar anestesia e analgesia barata em várias partes do mundo.”

A WSAVA – The World Small Animal Veterinary Association é da mesma opinião e defende que a suspensão do fármaco faria ‘rebentar’ um conjunto de problemas na medicina veterinária, uma vez que os fármacos analgésicos são “imperativos para a mitigação do sofrimento animal”.

“Em algumas regiões, a ketamina é o único analgésico disponível para os veterinários e é essencial para que possam desempenhar a sua atividade. Restrições à sua utilização terão um impacto significativo e negativo na saúde animal à escala global”, defende a organização.

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