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Animais Selvagens

“Há um crescente conflito entre as pessoas e as gaivotas”

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A deputada Cristina Rodrigues recomenda ao Governo a criação de um Grupo de Trabalho para dar resposta ao crescente conflito entre gaivotas e humanos nas zonas urbanas e limítrofes. O Projeto de Resolução foi entregue esta quinta-feira (17 de dezembro), na Assembleia da República.

“Há um crescente conflito entre as pessoas e as gaivotas com um claro impacto negativo na qualidade de vida de ambos, pelo que é de todo o interesse articular o trabalho de entidades públicas e da sociedade civil para avaliar a situação e promover a recolha de informação que permita criar respostas eficientes”, afirma a parlamentar.

 

A capacidade de adaptação das gaivotas à crescente ocupação humana do litoral traduz-se, sobretudo, na obtenção de alimento em locais como aterros sanitários e estruturas de apoio à pesca, o que acaba por causar preocupações ao nível da saúde pública e da conservação dos espaços.

“Têm ocorrido diversas queixas em relação à presença das gaivotas nestes meios urbanos, seja por questões de qualidade ambiental e de saúde pública”, refere Cristina Rodrigues.

 

Em Portugal, as duas espécies de gaivotas com maior impacto são a gaivota-d’asa-escura (Larus fuscus) e a gaivota-de-patas-amarelas (Larus michahellis), que apresentam “um comportamento mais tolerante e adaptável às atividades humanas, embora apenas esta última tenha expandido a sua área de nidificação para as zonas urbanas nacionais”, pode ler-se na proposta apresentada.

No mesmo documento, a deputada refere que os últimos dados acerca da distribuição e abundância da gaivota-de-patas-amarelas remontam ao início dos anos de 2000, altura em que o limite norte da área de nidificação da espécie se localizava em Peniche. “Posteriormente, existiram algumas iniciativas pontuais para obter informação mais atualizada acerca desta população, mas a um nível local, nomeadamente na Área Metropolitana do Porto e no município de Lagos”, adianta.

 

Cristina Rodrigues recomenda ao Governo a criação de um Grupo de Trabalho para dar resposta ao crescente conflito entre gaivotas e humanos, que inclua entidades públicas e organizações da sociedade civil, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e a Docapesca.

Este Grupo de Trabalho deverá proceder à avaliação da situação a nível nacional e promover a recolha e definição dos seguintes elementos:

  • Determinar o tamanho e distribuição da população nidificante de gaivota amarelas;
  • Identificar quais as áreas geográficas de maior conflito;
  • Monitorizar os parâmetros reprodutores, comportamentais e de alimentação;
  • Identificar as principais fontes de alimento de origem antropogénica utilizada;
  • Identificar as medidas éticas de gestão a implementar nas estruturas mais críticas, de forma a reduzir este conflito, e o respetivo calendário para a sua concretização.
 
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