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Animais de Companhia

Que cuidados ter quando um animal de companhia envelhece?

Que cuidados ter quando um animal de companhia envelhece? iStock

De acordo com especialistas da rede de clínicas veterinárias Medivet, o envelhecimento dos animais de companhia não significa uma perda de qualidade de vida quando são implementados os devidos cuidados, nomeadamente a deteção precoce e tratamentos específicos.

“À medida que os nossos animais de companhia envelhecem, é comum que apareçam doenças ou alterações que, no início, podem passar despercebidas. Porém, se não forem detetadas a tempo, podem afetar significativamente a qualidade de vida dos nossos cães e gatos”, explicou Elena Álvarez Quesada, especialista em saúde felina da Medivet.

 

Segundo a responsável, a idade a partir da qual um animal de companhia é considerado geriátrico varia consoante a espécie e a raça, mas em termos gerais, os profissionais consideram que, a partir dos sete anos, tanto os cães como os gatos entram numa fase de maturidade avançada.

É nesta fase que os animais podem começar a apresentar alterações fisiológicas que, em muitos casos, não apresentam sinais ou sintomas evidentes. Entre os sinais mais comuns de envelhecimento estão a perda de mobilidade, diminuição da higiene (principalmente em gatos), menor energia, flutuações de peso, aumento da sede e da micção, desenvolvimento de problemas dentários e perda parcial de audição ou visão.

 

A especialista em saúde felina refere ainda que, no caso dos cães, essas alterações costumam ser mais evidentes, principalmente no que diz respeito à mobilidade, onde problemas como a osteoartrite se tornam mais percetíveis. Pelo contrário, os gatos tendem a mascarar os seus sintomas, o que pode atrasar a deteção de doenças até fases mais avançadas.

“Hipertensão, hipertireoidismo, osteoartrite ou doença renal crónica são alguns exemplos de condições que, através da deteção precoce, podem ser tratadas para garantir uma vida longa e, acima de tudo, com boa qualidade”, explicou Elena, alertando ainda que, embora os exames de rotina sejam importantes em todas as fases da vida, nos pacientes idosos e geriátricos “são absolutamente essenciais”.

 

Neste sentido, os especialistas da Medivet avançam que, no cado da osteoartrite, até 90% dos gatos com mais de 12 anos e 80% dos cães com mais de oito anos sofrem desta doença, o que limita a sua mobilidade e causa dor. Relativamente à insuficiência renal crónica, cerca de 30% dos gatos desenvolvem esta problemática de saúde, que muitas vezes não apresenta sintomas até que o dano seja grave.

No que diz respeito a doenças endócrinas, patologias como hipertireoidismo em gatos (presente em 12% dos casos) e a diabetes são comuns em animais geriátricos. Já problemas cardíacos, nomeadamente a doença cardíaca valvular, afeta muitos cães mais velhos, especialmente os de raças que são predispostas à condição, como o Cavalier King Charles Spaniel.

 

As neoplasias ou tumores são uma das doenças mais comuns em animais de companhia geriátricos, afetando até 25% dos cães e gatos mais velhos.

Os especialistas da Medivet explicam ainda que é comum observar alterações no comportamento, como aumento da irritabilidade, ansiedade ou alterações nos hábitos de sono. “Essas alterações podem ser sinais de desconforto ou dor, por isso, é importante estar atento e ir ao veterinário caso seja detetada alguma anormalidade”, salienta Elena.

E continua: “com o passar dos anos, os animais geriátricos precisam de uma dieta adaptada às suas novas necessidades. Falo em dietas baixas em calorias, mas ricas em proteínas, isto porque são essenciais para controlar o peso e prevenir problemas metabólicos. Da mesma forma, é essencial incluir ómega-3 e suplementos para as articulações, que promovem a mobilidade e a saúde geral.

Os especialistas da rede de clínicas veterinárias enfatizaram também a necessidade de uma maior atenção à higiene destes animais, nomeadamente a limpeza dentária e da implementação de caminhadas curtas e jogos mais calmo e que impliquem menos esforço físico.

 

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