Uma vez que o levantamento nacional ainda não está concluído, o coordenador do estudo salientou, em entrevista à “Lusa”, a necessidade de «reforçar e ter outra atenção à doença em termos de políticas de saúde».
«Terão que se monopolizar recursos para a prevenção, o que está condizente com a política que tem sido feita nos últimos meses em relação à obesidade, que é um factor de risco para a diabetes», referiu Luís Gardete.
Outras medidas passam pelo que já está contemplado no Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Diabetes: uma rede de cuidados «bem estruturada e individualizada» que inclui técnicos especializados, como enfermeiros educadores.
Em adição, a existência «em tempo útil» de consultas das especialidades de oftalmologia, podologia e cardiologia são outras necessidades propostas para diminuir «o fardo enorme que são quase um milhão de diabéticos, segundo os dados muito preliminares (do estudo)», contou.
«O número será substancialmente superior aos 650 mil indicados pelo Instituto Nacional de Estatística há um ano, o que é natural porque este era um estudo de auto-referenciação», lembrou.
Entre 200 e 300 mil diabéticos desconhecem a sua condição
Quando questionados sobre se em algum momento acusaram açúcar elevado no sangue, muitos portugueses responderam afirmativamente, explicando que controlaram a situação com dieta.
Outro dado verificado é que quanto maior for o nível de escolaridade, menor é o risco, uma vez que «há mais informação e as pessoas defendem-se melhor» através de melhores hábitos alimentares e exercício físico.
O estudo deverá terminar no final deste ano, recolhendo dados de quatro mil habitantes, entre os 18 e os 80 anos, em cem locais. Destaca-se ainda o facto de que entre 200 e 300 mil diabéticos desconhecem a sua situação clínica.