Em entrevista à “Rádio Renascença”, José Furtado avançou que em 30% dos casos as mulheres ignoram a consulta de revisão, defendendo que esta é uma prova do facilitismo instalado.
De acordo com o médico, existem mesmo situações de interrupção sucessiva que, apesar de se tratarem casos pontuais, revelam a atitude negligente das mulheres que recorrem à IVG.
O clínico é de opinião que estes dados preocupantes denunciam também falhas do Estado. «Acho que não é numa sociedade responsável, onde se penaliza tudo o que é negligente, e não se é capaz prevenir estas situações. As instâncias de saúde não são capazes de sensibilizar as mulheres para a contracepção e não arranjam mecanismos paralelos para facilitar uma contracepção adequada», criticou.
Apesar das cerca de 13 mil IVG já realizadas serem inferiores às 20 mil estimadas pelo Governo, José Furtado comenta que este número é preocupante.
Confrontada com esta realidade, a ministra da Saúde, Ana Jorge, recusou-se a comentar as declarações de José Furtado.
Usar IVG como método contraceptivo denuncia facilitismo e falhas do Estado, critica médico
O director do serviço de Obstetrícia do Hospital de Guimarães considera que a interrupção voluntária da gravidez (IVG) está a ser utilizada como método contraceptivo, sendo que em menos de um ano já foram realizadas 190 intervenções naquela unidade.