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Infertilidade: Especialista defende criação de rede sanitária nacional

Um especialista em genética, que ajudou a nascer 17 mil bebés filhos de casais com problemas de infertilidade, defendeu ontem a criação de uma rede sanitária nacional no âmbito da esterilidade.

«A primeira opção do Estado para apoiar os casais com problemas de esterilidade seria criar uma rede sanitária nacional», considerou, em entrevista à “Lusa”, Agostinho Almeida Santos, catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
A criação desta rede sanitária encontra-se prevista na legislação mas, segundo o especialista, ainda não foi implementada na prática.
«Seria uma via facilitadora e coerente, partindo de um modelo – a rede de saúde materno-infantil – que é eficaz», no apoio aos cerca de 400 mil casais com problemas de esterilidade e que desejam ter filhos, sublinhou.
Esta convicção surgiu a propósito de uma palestra que o especialista conduziu recentemente sobre “O Início da Vida” e que decorreu no Rotary Club de Coimbra/Olivais.
O director do Departamento de Medicina Materno-Fetal, Genética e Reprodução Humana dos Hospitais da Universidade de Coimbra revelou que, ao longo de 42 anos de actividade, ajudou a nascer cerca de 17 mil bebés filhos de casais com problemas de esterilidade.
«É preciso fazer o diagnóstico, ver a causa de o casal não poder ter filhos, para depois corrigir a anomalia», explicou Almeida Santos.
De acordo com o médico, 65 a 70% dos problemas de casais estéreis podem ser resolvidos sem se recorrer a técnicas de procriação assistida, como a fecundação in vitro, ou o GIFT, que introduziu em Portugal.
Uma nota sobre a palestra refere que «Agostinho Almeida Santos aludiu ao grave problema que constitui a quebra do índice da natalidade da população portuguesa» e defendeu o apoio dos «cerca de 400 mil casais que estimou existirem actualmente em Portugal com problemas de esterilidade e que desejam ter filhos, muitos dos quais poderiam ver esse seu sonho concretizado se existissem mais apoios por parte do Estado para uma eficaz resposta médica».
«O país devia dar mais atenção aos problemas do problema demográfico, senão em 2050 estará despovoado ou terá só pessoas sexagenárias», alertou.

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