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Vírus do VIH/sida é mais nefasto em toxicodependentes

Vírus do VIH/sida é mais nefasto em toxicodependentes

Os infectados com VIH/sida que continuaram a consumir drogas «têm perturbações cognitivas maiores» associadas à infecção em relação aos que aqueles que contraíram o vírus por via sexual, conclui um estudo sobre a deterioração cognitiva associada à doença, conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Os seropositivos registam alterações frequentes e variáveis ao nível do funcionamento mental, que podem variar desde pequenas perturbações na atenção até à demência, informou o “Jornal de Notícias”.
«Deve-se sobretudo à predilecção do vírus pelo sistema nervoso central», elucidou o psiquiatra Miguel de Bragança, responsável pelo estudo.
Segundo o especialista, estão neste momento a ser analisados cerca de 2/3 da amostra de 130/150 indivíduos medicados e acompanhados na consulta externa de doenças infecciosas do Hospital de S. João, cuja amostra apenas inclui pacientes com menos de 50 anos.

Mutação genética torna indivíduos de ascendência africana mais susceptíveis ao VIH/sida
Uma mutação genética presente apenas nas pessoas de ascendência africana, que em tempos as protegia contra a malária, provoca, actualmente, um aumento até 40% da sua susceptibilidade ao vírus da sida.
A descoberta de um factor de risco genético face ao VIH nos africanos e seus descendentes foi hoje publicada na revista “Cell Host&Microbe” e noticiada pelo “Público”.
Um dos mistérios que envolve o VIH é a variabilidade, não só da vulnerabilidade de cada indivíduo ao vírus, como na progressão para a sida. Antes, acreditava-se que se devia ao vírus, mas hoje sabe-se que depende bastante da genética humana individual e esta é mais uma prova dessa realidade.
«A principal mensagem», explica o co-autor Robin Weiss, do University College de Londres, «é que algo que protegia contra a malária no passado está a deixar o hóspede mais susceptível ao VIH».
O gene em questão, denominado DARC (Duffy Antigen Receptor for Chemokines), produz uma proteína da membrana dos glóbulos vermelhos do sangue que se liga a substâncias inflamatórias, as quemoquinas, que são muito eficazes contra o vírus. Nos portadores da mutação, essa proteína de superfície não existe. A mutação confere resistência à malária transmitida pelo parasita Plasmodium vivax, que já terá sido o principal responsável pela doença (hoje, é o Plasmodium falciparum).
Os investigadores, liderados por Sunil Ahuja, da Universidade do Texas, analisaram os dados de mais de 1200 militares norte-americanos de várias origens étnicas e verificaram que, entre os de ascendência africana, a mutação do gene DARC era mais frequente nos seropositivos do que nos seronegativos. Em África, cerca de 90% da população tem a mutação, motivo pelo qual ela poderá ser responsável por 11% das infecções pelo VIH – nem os comportamentos sexuais nem outros factores sociais conseguem explicar as diferenças de prevalência da doença entre este continente e outras regiões do mundo.
Contudo, uma vez infectados pelo VIH os portadores da mutação vivem cerca de dois anos mais do que os outros, acrescentaram os investigadores.

 
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