A estimativa é do Programa Nacional de Cuidados Paliativos que prevê, segundo o “Jornal de Notícias”, a criação de 350 camas apoiadas por 30 equipas de suporte dentro dos hospitais, mais outras 40 que funcionarão em regime domiciliário.
O projecto de documento, em discussão pública até ao dia 4 de Agosto, encontra-se, desde ontem disponível aos cidadãos no site da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Com um horizonte de actuação até 2016, é ainda estabelecido que 40% dos pacientes oncológicos acedam a estes cuidados paliativos diferenciados e também 10% dos doentes com outras patologias crónicas.
De acordo com o documento, estes objectivos foram estipulados «tendo em conta as naturais dificuldades de implementação dos serviços».
Com efeito, para «melhor rentabilizar os recursos recomenda-se que as unidades tenham entre 10 a 20 camas», admitindo que 30% do total das camas existentes se situem nos chamados hospitais de fim de linha ou de referência, como os institutos de oncologia distritais e hospitais centrais como Santa Maria e São José, em Lisboa, e São João, no Porto.
As equipas multidisciplinares devem envolver «médicos que assegurem a visita diária e assistência durante todos os dias da semana, incluindo as chamadas e visitas urgentes durante a noite», expõe o documento.
No que diz respeito aos enfermeiros e aos auxiliares de acção médica, espera-se uma permanência efectiva de 24 horas. O apoio psicológico consistirá numa visita diária aos doentes e inclui a assistência aos familiares.
Estes cuidados visam atenuar o sofrimento dos que são vítimas de doença incurável em fase avançada e rapidamente progressiva, tendo como principal objectivo promover o seu bem-estar e qualidade de vida.
Cuidados paliativos: Necessárias 800 camas para doentes crónicos mas até 2016 só serão criadas 350
Estima-se que Portugal precise de 800 camas para doentes crónicos e em sofrimento, mas até 2016 só serão criadas 350 em unidades de cuidados paliativos, 30% das quais deverão localizar-se nos IPOs e nos maiores hospitais do país.