No site brasileiro G1, Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Genoma Humano na Universidade de São Paulo, diz-se a favor do uso de animais em estudos científicos. A investigadora garante que adora animais e que não come carne, mas ainda assim diz que “existem inúmeros estudos científicos que requerem o uso de animais antes de serem testadas em seres humanos, como as terapias com células estaminais. Antes de testá-las em humanos precisamos de ter algumas respostas: será que elas se dirigem e permanecem no órgão alvo depois de injetadas? Como garantir que elas se diferenciam no tecido que queremos e não em outro? E se queremos, por exemplo, reconstruir músculos e elas se diferenciarem em células ósseas?”.
Luisa Mell, licenciada em Direito, é contra o uso de animais em estudos científicos e diz que “os cientistas partem do pressuposto erróneo de que os resultados de testes com animais (mamíferos, por exemplo) com um fármaco podem ser extrapolados para seres humanos. Mas ratos, coelhos, gatos, cães, coelhos e primatas têm fisiologias, bioquímicas e genéticas, entre outros fatores, diferentes de nós.”
No que diz respeito à ética dos testes, Mayana Zatz refere que “todas as experiências com animais precisam de ser aprovadas por comités de ética, que são extremamente rigorosos no sentido de prevenir o sofrimento de animais”, mas Luisa Mell defende que “não é ético instrumentalizar o outro (seja humano ou não-humano) e convertê-lo em mero meio para os nossos fins. Precisamos de perceber o outro (neste caso, os animais não-humanos sencientes) como um ser dotado de perceções, complexidades cognitivas, inteligência, consciência, vida social, interesses, projetos e preferências.”
À pergunta “Se o fim do uso de cobaias representaria um atraso para o desenvolvimento de medicamentos, por exemplo, não valeria a pena a humanidade assumir esse atraso em prol do bem-estar dos animais?”, a cientista responde “É ético ver crianças e jovens morrerem sem tentar nada para salvá-los em prol do bem-estar dos animais? E se fosse o seu filho?”, mas a ativista sublinha que “o fim do uso de cobaias precisa de ser aceite não unicamente pelo bem-estar animal, mas pelo fato de ser uma metodologia equivocada para atender uma necessidade exclusivamente humana.”
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