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Hospital Veterinário da Trofa: Forte aposta em RM e neurologia de referência

 Há seis anos que o Hospital Veterinário da Trofa configura uma resposta diferenciada a Norte, com uma prática de medicina baseada em evidência, com vista à qualidade e segurança dos cuidados prestados. Áreas especializadas como a neurologia e a ressonância magnética merecem um destaque especial, com referenciação direta através do serviço Synapse.

“No projeto das nossas instalações, houve a preocupação de recriarmos um ambiente acolhedor e confortável, o mais próximo possível ao de casa, para que os nossos pacientes sintam o menos possível a mudança do ambiente habitual. Este nível de conforto permite uma recuperação mais rápida, reduzindo o tempo de internamento. Associado a este fator, o Hospital Veterinário da Trofa (HVT) dispõe de toda a tecnologia de diagnóstico e tratamento que nos permite efetuar internamente, e num curto espaço de tempo, diagnósticos precisos e tratamentos com uma maior percentagem de sucesso”.

 

Este é o cartão-de-visita do HVT, plasmado no site da instituição, que ocupa as atuais instalações há cerca de seis anos. À nossa revista, o CEO e fundador do HVT, Diogo Frias, recorda o percurso até aqui: “A minha formação, como médico veterinário, foi sempre em âmbito hospitalar, pelo que sempre acalentei o propósito de abrir um hospital. Em 2007, abri uma clínica, na Trofa e, já com o André Cálix, seis anos depois, abrimos o Hospital Veterinário da Trofa. Em 2017, mudámos para as novas e atuais instalações do HVT”.

Da esquerda para a direita: Enfermeira Francisca Araújo; médico veterinário Paulo Moreira; médico veterinário Diogo Frias; médico veterinário André Cálix

No início desta aventura hospitalar, o principal desafio foi formar a equipa, destaca Diogo Frias. “Além de um grande número de pessoas, necessárias para um projeto desta dimensão, é fundamental que estas possuam uma mentalidade/cultura de trabalho diferente do contexto de clínica”, explica o responsável, acrescentando que “embora sejam centros complementares, a mentalidade é substancialmente diferente”. O internamento – caraterística central de um hospital veterinário – foi, na altura, outra das “preocupações”, ultrapassada com “uma construção da equipa e organização do trabalho que permitiu que, desde logo, tudo fluísse nesse sentido, de forma bem-sucedida”, aponta o CEO do HVT.

 

Relativamente à localização geográfica, Digo Frias explica que foi pensada “por ser uma das principais zonas metropolitanas do Porto, apesar de o metro nunca ter chegado até aqui, conforme inicialmente previsto. Mas, é uma zona muito central, com Vila do Conde e Santo Tirso à volta, a norte temos Famalicão e a sul temos Maia, ou seja, perto dos grandes centros que são Braga e Porto”. E adianta: “Talvez tenhamos que nos esforçar um bocadinho mais que outros centros localizados em cidades maiores… O nosso crescimento pode ter sido mais lento, mas foi sempre muito sustentado e com muito poucas flutuações”.

Medicina baseada na evidência traduz-se em segurança nos cuidados prestados

 

Como equipa prestadora de cuidados, a marca do HVT assenta, de acordo com o seu CEO, na tranquilidade e na segurança que transmitem. O “segredo” diz, é “formação, formação, formação”, bem como a prática de uma “medicina baseada na evidência”.

O objetivo, acrescenta o responsável, “é que as pessoas venham ao HVT e sintam que somos seguros naquilo que fazemos. Porque no final de contas, termos os pacientes bem tratados e satisfeitos é o que vai contar”. Na prestação de cuidados, é igualmente fundamental “fazer uma boa gestão das expetativas, porque nem sempre é possível curar tudo”, refere o médico. “Ser transparente face à percentagem de sucesso para cada situação e transmitir ao tutor a informação científica o mais atualizada possível é imprescindível e advém, precisamente, de uma aposta na formação contínua, de uma base científica sólida e de uma prática de medicina baseada em evidência”, sublinha.

 

Ressonância magnética: Impacto na prática clínica

Do ponto de vista da prática clínica, a RM permite um diagnóstico rápido e preciso de diversas patologias do sistema nervoso. Contrariamente à TAC, a RM permite avaliar os tecidos moles do sistema nervoso central, isto é, o parênquima cerebral e a medula espinhal, sendo por isso a técnica de eleição para diagnosticar processos do tipo inflamatório/infecioso, vascular e degenerativo, que poderiam não ser detetados com a TAC. Outra vantagem da RM é permitir distinguir os diferentes tipos de patologia discal (extrusão, protrusão, extrusão aguda não compressiva do núcleo pulposo, entre outras) e algumas neoplasias, assim como definir o envolvimento dos tecidos adjacentes à lesão. Desta forma, é-nos possível alcançar um correto diagnóstico, o qual tem reflexo direto na forma como tratamos estas patologias e na previsão do seu prognóstico”.

– Maria Oliveira –

Consciente de que a Medicina Interna é um ponto forte na estrutura hospitalar que administra e que “não se pode ser bom em tudo”, Diogo Frias reconhece a vontade de “ser muito bom em algumas áreas”, o que levou ao desenvolvimento de áreas de especialidade no HVT (ver caixa). Como tal, afirma: “Tentamos investir em áreas exclusivas, que não se façam noutros sítios. No campo das especialidades temos destaques muito importantes como, por exemplo, a oftalmologia, a endoscopia e a neurologia”.

Neurologia e RM: Um caminho de especialização lógico e natural

Segundo o CEO do HVT, a aposta mais especializada nestas áreas foi acontecendo de forma proporcional à formação dos profissionais e tendo em conta os domínios específicos em que cada médico veterinário mais gosta de trabalhar e tem vindo a desenvolver a sua prática clínica. “Sempre com o intuito de responder com o máximo de qualidade possível aos nossos pacientes”, salienta Diogo Frias.

Serviço de Ressonância Magnética

É o caso da neurologia, que no HVT foi surgindo por intermédio do colega e diretor clínico da instituição, André Cálix, que, apesar de ter seguido a área de medicina interna e minimamente invasiva (endoscopia), na altura da faculdade e quando frequentava congressos, reconhece, sempre teve um enorme interesse por esta área de especialização. Por alguma razão, diz o veterinário, “começámos a ter alguma casuística de neurologia no hospital e como na altura éramos poucos, eu comecei a entrar um pouco por essa área”. Numa primeira fase, “fi-lo de forma não-especializada”, mas depois, “acabei por ir realizar várias pós-graduações na área, nomeadamente o General Practice de neurologia”, revela.

Nesse momento, tornou-se evidente a necessidade de “incorporar na equipa alguém com alto nível de especialização em neurologia, no caso, a Maria Oliveira, que, de uma forma natural, veio imprimir o boost que era necessário para seguirmos nesta direção”, recorda o diretor clínico do HVT. Logo de seguida, e também de forma lógica e natural, surge a necessidade de apostar na ressonância magnética (RM), “não porque fosse objetivo do hospital ter um serviço de imagiologia, mas porque precisávamos muito deste exame na neurologia (ver caixa)”.

As mais-valias de ter RM disponível no hospital são “inúmeras”, aponta Maria Oliveira, desde logo, a possibilidade de manter o paciente na instituição ao longo de todo o processo, do diagnóstico ao tratamento. “Na consulta, através do exame físico e neurológico, conseguimos compreender se o paciente que estamos a ver está no serviço correto, neste caso a neurologia. Porém, numa grande parte dos casos necessitamos de recorrer à RM para obter um diagnóstico preciso”, explica a médica, salientando que “ter um aparelho de RM no HVT permite-nos que o paciente permaneça connosco, desde a avaliação até ao tratamento, o que beneficia não só o paciente, apresentando evidente maior comodidade para o tutor, bem como a equipa, porque estamos preparados e temos formação para fazer as provas e interpretá-las”.

Construção de uma cultura de referenciação

A minha opinião pessoal relativamente à referenciação é que pode demorar mais tempo, mas, se as coisas são feitas com qualidade e com honestidade, mais cedo ou mais tarde a referenciação acaba por acontecer. Claro que existem atalhos – nomeadamente marketing, logotipos, entre outros – mas, acima de tudo, o nosso objetivo sempre foi que o serviço tivesse qualidade e que se pudesse destacar pela qualidade”.

– André Cálix –

De acordo com André Cálix e Maria Oliveira, a RM pode fazer a diferença em muitos casos. “Há pouco tempo tivemos um caso de neuro-oftalmologia de um animal com doença inflamatória que lhe retirou a visão e que é diagnosticado por RM e que depois de tratado voltou a ver”, conta o diretor clínico do HVT. Igualmente impactantes, especialmente para os tutores, são os “simples” casos de hérnia discal, “de animais que chegam paraplégicos, sem andar e depois de diagnosticados por RM e intervencionados cirurgicamente saem do hospital a andar”, relata Maria Oliveira.

Synapse: Na senda de uma cultura de referenciação

Tanto a RM como a Neurologia funcionam internamente, mas também numa lógica de externalização, por referência. Assim, “no contexto da exportação do serviço e no sentido de se criar uma diferenciação entre o que é o serviço total do HVT e a RM enquanto valência do hospital, surgiu o Synapse”, explica André Cálix.

“Trata-se de um ‘pequeno asterisco’ dentro do HVT, uma espécie de submarca”, acrescenta Diogo Frias, que tem por intuito ajudar a consolidar a tão almejada cultura de referenciação (ver caixa). Para tal, existe já um número de telefone direto para quem pretenda referenciar ao Synapse, por forma a que o circuito esteja bem definido e não se percam pedidos de RM. “Nem sempre é muito fácil referenciar, sobretudo localmente, pelo que esta submarca ajuda os colegas que estão do outro lado a identificar mais facilmente o local para referenciação”, sublinha o CEO, adiantando que “todo o hospital recebe imensa referência, mas quisemos destacar este serviço, pela neurocirurgia, que é outra área em que somos muito fortes. O nosso objetivo é que os colegas referenciem para três componentes – consultas, exames, tratamento – que podem passar por cirurgia ou por tratamento médico”.

Idealmente, advoga André Cálix, “o serviço de RM (Synapse) está integrado em tudo aquilo que se faz na neurologia”. Mas, nem sempre é assim, acrescenta o diretor clínico do HVT, “na medida em que existem colegas que podem estar perfeitamente à vontade na área da neurologia ou que não sentem a necessidade de referenciar o caso de todo, mas apenas utilizar o serviço de RM como um mero exame complementar à sua própria investigação”. E esclarece: “Há colegas que nos referenciam o caso como um todo e que nos permitem opinar e fazer recomendações, mas depois existem colegas que por estarem mais à vontade com a neurologia utilizam a RM na sua prática clínica sem referenciarem à neurologia”.

Projetos na calha a curto-médio prazo

Temos imensa coisa pensada, em várias áreas. Desde logo, queremos aumentar o número de serviços e destacar-nos em mais áreas. O ritmo a que vamos consegui-lo depende, entre outros fatores, da nossa interação com o grupo VetPartners”.

– Diogo Frias –

A este respeito, Maria Oliveira refere, com base na sua experiência internacional, que em Portugal o caminho da referenciação está cada vez mais desenvolvido. No HVT, frisa, “já começa a haver muito a referência e em neurologia já somos um hospital com bastante reconhecimento ao nível desta especialidade e os colegas já nos referem diretamente”. A médica diz sentir, ainda, que “os próprios tutores já nos procuram para segundas opiniões. Já não são apenas referenciados, mas já vêm porque ouviram falar de nós ou porque não ficaram satisfeitos com as intervenções anteriores e querem procurar outros veterinários. E sabendo que no HVT temos a especialidade de neurologia/RM procuram-nos diretamente”.

Urgência e Especialidades: Uma oferta diferenciada

As equipas médicas e de enfermagem do HVT estão disponíveis 24 horas por dia, 365 dias por ano. Entre os motivos mais comuns para visita ao serviço de urgência, destacam-se: cólica, obstrução abdominal aguda, colite, distocia, trauma – incluindo lacerações, fraturas e trauma contuso – cuidado neonatal, obstrução urinária, doença neurológica aguda, pneumonia e obstruções respiratórias agudas.

Entre as valências que o HVT disponibiliza, contam-se, ainda, uma Pet Shop e Vet SPA, uma Puppy School e um serviço de Domicílios e Pet Taxi.

No âmbito das especialidades veterinárias, além da forte aposta em Medicina Interna e Cuidados Intensivos, bem como na Neurologia/Neurocirurgia e Radiologia/TAC/RM, a instituição presta cuidados diferenciados em áreas como: Fisioterapia, Reprodução e Inseminação Artificial, Urologia, Estomatologia e Dentisteria, Medicina Desportiva, Hematologia e Patologia Clínica, Cardiologia, Medicina e Cirurgia de Animais Exóticos, Dermatologia, Anestesiologia/Controlo de Dor, Endoscopia e Cirurgia Minimamente Invasiva, Endocrinologia, Ecografia, Cirurgia Ortopédica e Traumatologia, Oftalmologia e Cirurgia Oftalmológica, Comportamento Animal, Clínica Geral e Medicina Preventiva, Gastrenterologia, Cirurgia Geral Abdominal e Torácica, Oncologia.

 

*Artigo publicado na edição 175 da VETERINÁRIA ATUAL, de outubro de 2023.

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