A transmissão do novo corona vírus entre humanos e animais tem sido amplamente discutida e investigada, desde o início da pandemia. A Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA, na sigla em inglês) confirmou, em setembro, que o vírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de covid-19, é uma ‘zoonose inversa’, ou seja, são humanos infetados que transmitem a doença a animais de companhia. Esta premissa tem ganhado cada vez mais força, pelo facto de não haver provas de transmissão do vírus de um animal de companhia para um novo ser humano.
Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) tem aconselhado as pessoas infetadas com o novo coronavírus a “limitarem o contacto com animais, tal como fazem com outras pessoas”, especialmente com espécies que demonstraram ser suscetíveis à infeção.
O Centro Europeu para o Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) repete a precaução geral de todas as autoridades de saúde: “lavar as mãos”. Neste caso, “antes e depois de entrar em contacto com animais, a sua comida ou brinquedos”. Também sugere “evitar beijar, ser lambido por animais ou partilhar comida”.
“Felinos, visons e cães tiveram testes positivos para o SARS-CoV-2, depois de entrarem em contacto com pessoas infetadas. Houve gatos a exibir sinais clínicos da doença”, resume a OIE. “Embora várias espécies de animais tenham sido infetadas com o Sars-CoV-2, estas infeções não são significativas para a pandemia de covid-19. A pandemia é impulsionada por transmissões do vírus entre humanos.”
Por isso é que todas estas medidas, que têm sido atualizadas pela Organização Mundial da Saúde Animal, obedecem ao lema “antes prevenir do que remediar”. “Até que saibamos mais sobre como é que este vírus afeta animais, trata os animais de companhia como tratarias outro membro da família que tivesses de proteger de uma possível infeção”, escreve também o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América, numa publicação de Setembro.