A Dinamarca vai impor, já a partir de 2030, um imposto sobre as emissões de metano emitidas pelas vacas, porcos e ovelhas do país, tornando-se o primeiro imposto do mundo a taxar nesta matéria.
De acordo com o plano anunciado, os produtores vão pagar cerca de 40 euros por cada tonelada métrica de metano produzida pelo seu gado, com um aumento para cerca de 100 euros em 2035.
No entanto, a estas taxas seria aplicada uma redução fiscal de 60%, o que significaria que os produtores dinamarqueses em vez de pagarem 40 euros de imposto, pagariam 16 euros. E, em 2035, pagariam cerca de 42 euros em vez de 100.
Segundo o Executivo dinamarquês, o imposto irá reduzir as emissões do país em cerca de 1,8 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono em 2030.
“Seremos o primeiro país do mundo a introduzir um imposto [sobre o dióxido de carbono] na agricultura. Outros países vão se inspirar nele”, afirmou o ministro dinamarquês dos Impostos, Jeppe Bruus, citado pelo The Washington Post.
O decreto-lei vai ainda ser aprovado no Parlamento da Dinamarca no decorrer deste ano, no entanto, de acordo com Jeppe Bruus, a existência de união entre cores partidárias, indica que será dado um parecer favorável à medida.
De acordo com o Governo, as receitas do imposto serão devolvidas à indústria para apoiar a sua “transição verde”, nomeadamente através da criação de mais de 600 mil hectares de novas áreas florestais, entre outras iniciativas.
A proposta foi saudada pelo governo dinamarquês como uma forma de cumprir a sua meta climática de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 70% até 2030, tendo por comparação os níveis de 1990.
Segundo dados das Nações Unidas, o setor da pecuária é responsável por cerca de 32% das emissões de metano a nível mundial, sendo que, os 1,5 mil milhões de bovinos existentes no mundo são a causa da maior parte do metano de origem pecuária.
Um projeto de lei semelhante ao da Dinamarca esteve também em análise pelo governo da Nova Zelândia, onde o setor agrícola é responsável por metade de suas emissões de dióxido de carbono, no entanto, o plano acabou por ser abandonado, em grande parte, devido à má reação dos agricultores.
A Nova Zelândia propôs reduzir o metano proveniente do gado por meio de outros métodos, nomeadamente como o financiamento de investigações focadas no desenvolvimento de uma “vacina contra o metano” e de um projeto para criar gado que produza emissões mais baixas.