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Animais de Companhia

Exploração de animais: “Só apertando o cerco a quem leva a cabo esta prática se consegue mitigar o crime”

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“É de partir o coração, ver um cachorrinho que ainda mal abriu os olhos a ser usado para isto. É um crime.” As palavras são de Adélia Marques, uma transeunte que assistia emocionada à operação de resgate de animais explorados para esmola, numa atuação recorrente de uma alegada rede de leste que já faz inclusivamente criação clandestina de cães e coelhos para este efeito.

Foram resgatados seis animais, naquela que foi mais uma operação conjunta na Baixa da Capital e que envolveu a Provedoria dos Animais de Lisboa, a Casa dos Animais de Lisboa e a Polícia Municipal. Para o Provedor Municipal dos Animais de Lisboa, Pedro Emanuel Paiva, “só apertando o cerco a quem leva a cabo esta prática se consegue mitigar o fenómeno deste crime crescente”, pode ler-se em comunicado.

 

Este responsável adianta ainda que “se trata de uma forma recente de crime contra os animais que tem tal sucesso na angariação de esmola que já existe montada uma rede de cidadãos de Leste que inclusivamente se dedica à criação de cães e coelhos anões para o efeito”. Pedro Emanuel Paiva sublinha que “o que se encontra na rua é um cenário desolador, de cachorros com apenas alguns dias de vida a mamarem em cadelas prostradas e exaustas. Não é aceitável e em vez de esmola, a melhor forma de ajudar é denunciar”.

De facto, as denúncias chegadas à Provedoria têm vindo a aumentar significativamente, são já são centenas, resultado da indignação de transeuntes que assistem à presença de animais junto a pedintes, utilizados com o intuito de estimular a esmola. Só na última semana, a Provedoria somou mais de uma dezena de alertas através do Botão de Socorro.

 

Na operação que aconteceu no dia 18 de dezembro, foram resgatados três cachorros com pouco mais de uma semana de vida e a sua progenitora, além de um cão adolescente e um coelho anão, tendo sido identificados seis homens e três mulheres, enquanto tutores desses animais.

O vereador da proteção e bem-estar animal da Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira garante que “as ações vão continuar” e não tem dúvidas sobre o sucesso das mesmas, “graças ao empenho da Provedoria Municipal, da Casa dos Animais de Lisboa e das forças de segurança envolvidas”. Na mesma linha, Pedro Emanuel Paiva lembra o que motiva todas as entidades envolvidas: “enquanto existirem animais em situação de exploração na Baixa de Lisboa, não desistiremos de atuar”, deixando ainda a informação de que está a ser analisada a possibilidade de se apresentar uma queixa-crime no Ministério Público, com vista ao desmantelamento da rede que pratica este crime.

 
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