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Um hospital no Restelo

Um hospital no Restelo

Há já seis anos que o Hospital Veterinário do Restelo se afirma como uma referência na medicina veterinária. Com um serviço permanente de atendimento, cerca de 50 consultas diárias e 10 cirurgias, não é de estranhar que aqui trabalhem cerca de 40 profissionais, entre médicos e auxiliares.

Localizado numa zona da orla exterior da cidade de Lisboa, o Hospital Veterinário do Restelo é, desde a sua abertura a 1 de Agosto 2002, uma referência ao serviço dos proprietários de animais de companhia e, mais importante, uma referência ao serviço dos próprios animais. O hospital é propriedade de dois sócios – o Dr. Jorge Cid e a Dr.ª Maria João Fonseca – que se mantêm desde o início da actividade. Maria João Fonseca contou à Veterinária Actual que a grande prioridade sempre foi «ter a funcionar um serviço de excelência, seja no que diz respeito à qualificação da equipa médica, seja na própria qualidade do atendimento», até porque «fazia falta nesta zona da cidade um hospital com serviço permanente». O objectivo por detrás da criação destas instalações é, assim, o de, obviamente, responder ao público que os procura, e também colaborar com outros médicos veterinários que têm centros de atendimento, de modo a prestar assistência aos seus clientes quando eles não o podem fazer «quer seja porque estão encerrados, quer porque não dispõem dos meios que sejam necessários». Com o seu atendimento permanente de 24 horas por dia, o hospital torna-se assim uma referência para esse tipo de cliente.

Para conseguir manter este serviço, sempre com a mesma qualidade, o hospital apresenta características físicas ideiais: quatro consultórios, uma sala de ecografias, outra de raios X, um laboratório, duas salas de cirurgia, uma sala de esterilização e uma zona administrativa e privada para os médicos. Já a zona de internamento está dividida em sala para cães, para gatos, para animais exóticos e uma sala isolada de infecto-contagiosos. E como verdadeiro hospital que é, há capacidade para 25 cães e para 25 gatos. Já no que diz respeito ao equipamento, Maria João Fonseca não revelou pormenores, mas adiantou, no entanto, que «temos o equipamento necessário para trabalhar com qualidade», destacando «a àrea de imagiologia e a de oftalmologia como tendo equipamento de ponta». Aliás, são nestas áreas que mais trabalham referenciados por outros colegas, «em particular o serviço de ecografia, de endoscopia e as cirurgias de cataratas».

 

De 4 para 17

Há seis anos atrás, quando o hospital iniciou a sua actividade, pertenciam aos quadros quatro médicos veterinários e três auxiliares. Esses números agora quase que parecem ridículos, quando comparados com a quantidade de profissionais que prestam serviços nas instalações: 17 médicos e 19 auxiliares. Isto para prestar um serviço que se quer excelente nas cerca de 50 consultas e dez intervenções cirúrgicas que têm lugar, em média, todos os dias. Este panorama leva a que Maria João Fonseca afirme que «o balanço é claramente positivo, mas é necessário continuar a apostar na qualidade do serviço».

 

O melhor amigo do Homem é também o melhor amigo deste hospital. Continuam assim a ser os cães a grande maioria dos animais atendidos, como aliás acontece desde sempre. No entanto, a responsável afirma que os gatos estão a aumentar exponencialmente, o que a leva a afirmar que «estou convencida que, em breve, por questões sociais e mesmo económicas, vão ultrapassar os cães». A isto não será alheio o facto de cada vez mais pessoas viverem em apartamentos com pouco espaço disponível, local onde um cão se sente mais preso mas onde um gato se afirma como rei e senhor.

Já o mundo dos ditos “animais exóticos” é, na opinião da médica veterinária, «claramente emergente», algo talvez explicado pela necessidade de diferenciação na sociedade dos dias de hoje. Num mundo em que todos somos cada vez mais iguais, há quem procure sobressair através da diferença de um animal fora do comum.

 

24 horas sem parar

E que dificuldades surgem quando se tenta gerir um espaço deste género? Segundo nos revelou a responsável, o difícil é «gerir o equilíbrio necessário para ter uma equipa motivada 24 horas por dia, e que assegure permanentemente a qualidade do serviço». É assim evidente a preocupação dada aos recursos humanos, algo que não é, infelizmente, norma na maioria da instituições ou empresas nacionais. Ter pessoas motivadas para o seu trabalho deveria ser um objectivo de todos, até porque, e se todas as frases feitas têm um fundo de verdade, são as pessoas que fazem a empresa. Reconhecer, assim, uma dificuldade em manter as pessoas motivadas só quer dizer que existe uma preocupação, da parte da gerência, em manter satisfeito esse importante activo.

 

Como hospital adaptado aos dias de hoje, também a presença na internet assume papel importante. Assim, em www.hospitalveterinario.pt pode conhecer-se um pouco mais acerca do Hospital Veterinário do Restelo. E é também online que na zona de “Adopção” qualquer pessoa pode colocar um anúncio, oferecendo determinado animal. Segundo Maria João Fonseca «temos uma elevada taxa de sucesso em termos de adopção», sendo que esta «necessidade surgiu por haver sempre animais no Hospital, sobretudo gatos, na sua maioria de clientes nossos que recolhem animais da rua mas não podem adoptar mais».

Formação em casa

Parar é morrer, já diz o ditado. E se em qualquer profissão é necessária uma constante actualização de conhecimentos, um médico veterinário não escapa também ao avançar da tecnologia e das novas descobertas. Posto isto, e de forma a manter o corpo clínico actualizado, o Hospital Veterinário do Restelo tem organizado formações internas. Prevista para os próximos tempos está uma formação, com um orador convidado, e que, excepcionalmente, «será aberta aos colegas que nos referenciam para assistência de alguns dos seus casos».

Mas o hospital tem também um aspecto formador para quem vai entrar, ou está há pouco tempo, no mercado de trabalho. Sendo um hábito ter médicos a realizar aí os seus estágios curriculares, também não é excepção que sejam consultados por recém-licenciados que «pretendem realizar um estágio extra curricular de enriquecimento profissional». Mas não é só nesse campo que o hospital recebe estagiários, uma vez que «recebemos muitos dos cursos de licenciatura em enfermagem veterinária e de auxiliares de veterinária».

E nota-se alguma evolução na preparação dos profissionais? Segundo Maria João Fonseca, «no que respeita aos estagiários médicos veterinários nota-se diferença nos conhecimentos, sobretudo se recuarmos uns dez anos. Actualmente o ensino já está mais adaptado às necessidades do mercado de trabalho». Ainda assim, a responsável continua a achar que deveria existir uma componente mais prática no curso. E esta experiência não se adquire só com aulas práticas mas, por exemplo, «com a existência de estágios intercalares». Talvez assim a absorção de conhecimentos práticos seja mais fácil, uma vez que o contacto com a realidade é sempre o melhor professor.

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