Há cada vez mais alternativas à utilização de animais no ensino da Medicina Veterinária e que têm um impacto bastante positivo na aprendizagem do aluno. “O estudante que se recusa a participar em atividades cruéis para os animais deve ser encorajado e não desmotivado”, referiu Pedro Faísca. O docente da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias acrescentou ainda que “na altura em que me formei, não questionei estas práticas porque eram procedimentos levados a cabo numa instituição”.
Não obstante, a realidade atual é diferente e o bem-estar animal é cada vez mais uma preocupação. Foi com o objetivo de discutir esta questão (entre outras) que a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) promoveu um workshop subordinado ao tema ‘Ética no Ensino e na Investigação Veterinária’.
Hoje em dia existem alternativas ao uso de animais no Ensino. Siri Martinsen, da organização InterNiche, marcou presença no evento com a finalidade de apresentar essas alternativas. A médica veterinária apontou filmes, simulações multimédia, modelos, manequins (onde se pode praticar, por exemplo, procedimentos cirúrgicos), prática da auto-experimentação, trabalho nas clínicas, cadáveres e tecidos obtidos de um modo ético, estudos de campo, etc. Sendo que o sucesso da implementação destas soluções tem impacto «na qualidade da aprendizagem, que melhora substancialmente», além de trazer «benefícios económicos». Contudo, Siri Martinsen alertou que aquilo que a InterNiche preconiza é “a substituição de procedimentos prejudiciais aos animais e não a interação com eles”.
Mais desenvolvimentos na edição de Junho da revista Veterinária Atual.