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Cão Serra de Aires e Podengo em risco de extinção

Cão Serra de Aires e Podengo em risco de extinção

O Clube Português de Canicultura alertou recentemente para o risco de extinção eminente das raças portuguesas Serra de Aires e podengo.

“O podengo grande e o cão da Serra de Aires são as raças que estão a ter o menor número de registos e o podengo grande está quase à beira da extinção”, disse à Lusa Luís Gorjão Henriques, vice-presidente da organização.

No que diz respeito aos podengos grandes, o número caiu de 53, em 2005, para 17, em 2010, tendo diminuído cerca de 58% em número entre 2009 e 2010. “O menor número de registos deve-se talvez ao facto do podengo grande ser um cão grande e de caça, logo é mais difícil tê-lo em casa e, além disso, têm sido colocadas limitações legais à posse destes cães”, justifica Luís Gorjão Henriques.

 

Já o cão de Serra de Aires viu a sua população reduzida de 148, em 2004, para 47, em 2010, sendo que entre 2010 e 2009 registou-se uma quebra de 32% nos exemplares desta raça. “Não há uma grande explicação para o Serra de Aire”, lamenta o vice-presidente, ressalvando que “não há grande procura da raça e os criadores têm feito poucas ninhadas”.

Em sentido inverso está a raça Serra da Estrela, cuja população tinha vindo a decair desde 1999, mas que conseguiu atingir no ano passado um aumento de 13% no número destes animais. Para Luís Gorjão Henriques, “a tendência de diminuição deve-se ao facto de ser um cão grande, pouco portátil e cuja alimentação é mais dispendiosa”. Esta afirmação é, no entanto, refutada pelo presidente da Associação Portuguesa do Cão da Serra da Estrela, Alfredo Ferreira, que referiu à Lusa existir um aumento constante do número de exemplares da raça: “o número de criadores e de exemplares continua a crescer devido às características da raça: é um cão extremamente meigo, um guarda por excelência e com elevada autoconfiança”. Afirma igualmente que têm ganho popularidade, inclusive no estrangeiro, como comprova o aparecimento de oito novas associações dedicadas à raça. Segundo Alfredo Ferreira, em Portugal “são registados, em média, entre 600 a 750 cães por ano”.

 

Em termos gerais, os registos totais de cães apadrinhados por lares portugueses têm vindo a decrescer. Luís Gorjão Henriques explica esta tendência: “Nota-se bastante que as pessoas estão a controlar mais os seus gastos e, como a compra de um cão é acessória, há uma menor procura e quando existe é por cães pequenos, o que tem levado os criadores a fazer menos ninhadas também, logo o número de efetivos também é menor”.

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