Numa apresentação no Congresso Europeu de Cardiologia, que decorre em Munique, o especialista Manuel Martínez Sellés indicou que estes casos envolveram uma mulher e 59 homens, com idade média de 33 anos e sem registo de problemas cardiovasculares.
Segundo noticia o “Diário Digital”, o investigador mostra que em 17 casos, ou seja 29% da população analisada, as mortes ocorreram subitamente no local da detenção, após a polícia algemar as pessoas.
Segundo o especialista do Hospital Gregório Maranon, a síndrome de morte súbita nos jovens homens relaciona-se com a adaptação e poderá ser uma versão humana da morte após o cativeiro que já foi registada nos animais.
Este pode ser um tipo específico de stress chamado cardiopatia Tako-Tsubo, que reproduz um ataque cardíaco ocorrido após uma situação de ansiedade. Quando a pessoa se encontra numa situação como esta, dá-se uma forte libertação de catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina).
Relações sociais reduzem risco de problemas cardiovasculares
Outra investigação evidencia que um maior apoio social pode reduzir entre duas a três vezes o risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
O investigador russo Valery Gafarov estudou, durante dez anos, entre 1994 e 2004, a influência entre as relações sociais e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares nos homens, entre os 25 e os 64 anos de idade. A amostra incluiu 697 homens residentes na cidade de Novosibirsk.
O risco de enfarte foi o dobro para os homens com menor número de contactos de pessoas próximas. O risco aumentou ainda para os homens que possuem, em geral, poucos contactos sociais, grupo que apresenta um risco três vezes maior de sofrer de hipertensão.
«Um apoio de uma rede social e contactos bem desenvolvidos são factores importantes de promoção da saúde. Ajuda as pessoas a receberem apoio emocional e material. Pessoas com menores apoios têm mais problemas de saúde, depressão e maior grau de dificuldades devido a doenças crónicas», explicou o cientista.
Com efeito, os homens com uma rede social menos significativa dentro do conjunto dos viúvos, divorciados, com menor grau de escolaridade, com profissões que envolvam média ou elevada actividade física e reformados, têm uma maior probabilidade de sofrer doenças cardiovasculares.