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Veterinários Portugueses pelo Mundo

Fausto Brandão: “A decisão acertada está em explorar os nichos de mercado e apostar na diferenciação”

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Fausto Brandão, DVM, MSc., Cert. Spec. EaMIS

Especialista em Endoscopia e Cirurgia de Mínima Invasão Veterinária; Instrutor e Consultor Internacional para a KARL STOTZ GmbH & Co – Veterinary (Alemanha)

 

Qual a sua área de especialidade e porque escolheu essa área?

Sempre tive um fascínio pela endoscopia e esse foi o mote para que, desde cedo, começasse a enveredar por esta área. Como percurso natural, a procura e desenvolvimento pela diversidade dentro das técnicas de mínima invasão, e a frequência assídua em cursos especializados sobretudo no Norte da  Europa e Estados Unidos da América, deu lugar a algo bastante sério, culminando num Título Próprio universitário de especialista em Endoscopia e Cirurgia de Mínima Invasão Veterinária, convalidado pela Universidade da Extremadura (UEx), na Faculdade de Medicina Veterinária de Cáceres, em colaboração com o Centro de Cirurgia de Mínima Invasão Jesus Usón (CCMI-JU), também em Cáceres.

 

Como surgiu a oportunidade de trabalhar no estrangeiro? Onde trabalha neste momento?

Como já desenrolava bastantes atividades como Instrutor em cursos internacionais, fui contactado pela KARL STORZ no sentido de integrar de forma completa o núcleo de assessores. Embora trabalhe diretamente para a Alemanha, o meu trabalho a nível internacional permite-me estar sediado em Lisboa, e trabalhar viajando pelo mundo, conhecendo novas realidades e culturas veterinárias, compartilhando com colegas de vários continentes as nossas experiências e conhecimentos.

 

O que o fez tomar a decisão de ir para fora de Portugal?

Aceitar uma proposta internacional representou não só um desafio, como uma excelente oportunidade para me diferenciar, assim como dar continuidade de uma forma ainda mais sustentada a todo o meu aprimoramento e contínuo desenvolvimento profissional.

 

Quais as diferenças que encontra entre os métodos de trabalho? Ou seja, como é um dia de trabalho normal? O que faz?

Num dia normal de trabalho consulto por via de videoconferência, telediagnóstico e por via eletrónica solicitações de muitos países. Além disso passo bastante tempo em viagem durante o ano, para dar formação na minha área de especialidade a veterinários pela Europa e América do Sul. Tenho ainda a oportunidade única de poder colaborar, de forma estreita, em alguns centros de referência líderes a nível mundial, onde realizo alguns procedimentos mais específicos.

Quais os seus planos para o futuro?

Como alguém disse “Faz o que gostas e nunca terás de trabalhar”. Adoro o que faço e assim espero continuar a desenvolver esta área a nível internacional por muitos anos. Publicar e mostrar o nosso trabalho científico é também para mim uma constante.

Qual o projeto que gostaria de desenvolver?

Gostaria de voltar a trabalhar em Portugal em part time, como “external-lecturer” ao ensino académico, especialmente na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, que foi o berço da minha odisseia veterinária. Acho que as técnicas de mínima invasão são uma realidade, e não podem ser vistas como futurismo. Poder levar essa rotina e essa experiência para a formação das novas gerações seria para mim muito gratificante.

Que conselhos dá aos recém-licenciados em medicina veterinária que estão a ter dificuldades em ingressar no mercado de trabalho?

Nunca é possível fazer um juízo acertado, mas creio que aqueles que têm verdadeiras ganas de vingar, definitivamente têm de procurar aprofundar o seu conhecimento em determinada área. Existem muitos generalistas e muitos “especialistas gerais”. A decisão acertada está em explorar os nichos de mercado e apostar na diferenciação.

Como vê o estado atual da medicina veterinária em Portugal e no mundo?

Não é novidade para ninguém: o excessivo número de novos profissionais é uma luta constante, em muitos países. No entanto acredito de forma convicta que os órgãos responsáveis irão tentar fazer o possível para melhorar a situação, e dignificar a profissão. Temos de olhar e copiar países modelo, como França, Holanda, Bélgica, onde o número de Universidades e os números de alunos apresentam uma relação saudável com a população do próprio país.

 

 

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