Dois mil milhões de pessoas em culturas tradicionais já os consomem, mas o potencial de consumo é muito maior, considera a Agência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.
“A nossa mensagem é: comer insetos. São abundantes, uma rica fonte de proteínas e minerais”, referiu Eva Ursula Müller, diretora do Departamento de Política Económica Florestal na apresentação deste relatório em Roma.
De acordo com cálculos da organização, cerca de 900 espécies de insetos são comestíveis. A FAO enumera os benefícios da produção em larga escala: são necessários 2 kg de ração para produzir 1 kg de insetos, enquanto o gado requer 8 kg de alimento para produzir 1 kg de carne. Além disso, a FAO diz que os insetos “são nutritivos, com um elevado teor de proteínas, gorduras e minerais” e “podem ser consumidos inteiros ou em pó e incorporados noutros alimentos”.
De acordo com Müller, os insetos oferecem muito mais do que apenas nutrição. Estes também são usados para dar cor e formam uma das bases da medicina tradicional em muitos países. Outro argumento a favor da criação de insetos é que estes “podem ser colhidos no seu estado natural, cultivados, processados e vendidos pelos mais pobres da sociedade, como as mulheres e agricultores sem-terra. Os insetos podem ser recolhidos diretamente e facilmente no seu estado natural. Os gastos ou investimentos necessários para a colheita são mínimos”.