Nos últimos anos, o número de clínicas e hospitais veterinários na região do Porto tem vindo a crescer significativamente, alargando substancialmente a oferta que antes esta geografia tinha para oferecer. O ano passado, a zona mais ocidental da cidade viu nascer mais uma unidade. A Clínica Veterinária da Arca d’Água está no mercado desde setembro de 2012 e tem um objetivo bem traçado: ser uma alternativa ao que já existe no Porto. O projeto foi pensado já em tempos economicamente menos simpáticos, mas Nuno Neves, um dos sócios e médico veterinário, defende que isso não significa que se deixe de empreender. O investimento foi feito com capitais próprios, sendo que um dos objetivos era evitarem recorrer à banca. No entanto, não deixa de ser “assustador”, confessou Nuno Neves. “Mas era uma ambição de todos nós e decidimos correr o risco. Lá por haver crise não íamos ficar de mãos cruzadas à espera que as coisas acontecessem. Temos de atuar. Decidimos arriscar”.
O projeto começou a ser pensado em outubro de 2011 e os primeiros passos foram dados em março do ano seguinte, quando o antigo ocupante do espaço onde hoje se encontra a clínica, precisamente no Jardim da Arca d’Água, saiu. “Moramos nesta zona e desde sempre pensei que um dia gostaria de ter aqui o meu projeto”. Ou seja, um ano depois de o projeto ser pensado a clínica abriu ao público.
Como projetar uma clínica
Mas sem qualquer experiência anterior na execução de um projeto desta envergadura e sem qualquer experiência em gestão seria natural depararem-se com algumas dificuldades. Curiosamente, Nuno Neves diz que se tudo for bem preparado o processo até é simples. “Hoje em dia as coisas são relativamente rápidas. Tenho noção que, antigamente, quando eram necessárias licenças camarárias era tudo muito mais complexo. Agora, como passa tudo pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, tudo se desenvolve mais depressa”. Aliás, Nuno Neves vai mais longe e diz mesmo que não tiveram particular dificuldade em fazer fosse o que fosse. “Rolou tudo de forma muito programada e de acordo com o que esperávamos. E fizemos tudo sozinhos. Mesmo o arquiteto que desenhou o projeto foi a primeira clínica que fez. Fomos à legislação e simplesmente aplicamos.”
Questionado sobre quando esperavam reaver o investimento, Nuno Neves admite ser complicado neste momento fazer uma estimativa, dada a atual conjuntura. O que explicou é que, atualmente lutam para serem autossuficientes. “O negócio está a superar as nossas expectativas, mas admito que fomos muito cautelosos nessas expectativas. Não pusemos a fasquia muito alta. Mas estamos satisfeitos”.
Internet é o ponto fundamental de divulgação
A internet é o principal meio de comunicação usado pela Clínica Veterinária da Arca d’Água para promover os seus serviços. Uma “arma” que Nuno Neves considera fundamental, nomeadamente as redes sociais onde o Facebook ganha particular relevo. “Neste momento até lhe posso dizer que as redes sociais são mais importantes do que o próprio site, algo que não tinha noção.” O médico veterinário assume que ter um website é “obrigatório”, mas a página de Facebook é que gera mais visualizações.
Mas o que tem para oferecer a Clínica Veterinária da Arca d’Água? “O melhor de dois mundos”, diz Nuno Neves. “Temos instalações preparadas para lidar com praticamente todas as situações, somos autossuficientes em termos técnicos em praticamente tudo, mas como somos uma equipa pequena conseguimos oferecer um ambiente familiar. Acho que é isso que as pessoas procuram. Em ambientes hospitalares isto perde-se”.
Neste momento a equipa é composta por dois médicos veterinários, Nuno Neves e Joana Miranda, e dois técnicos, Marlene Campos e André Ribeiro. Profissionalmente ambos os médicos veterinários são licenciados no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), com pós-graduação em cirurgia pela “European School of Veterinary Postgraduate Studies” (ESVPS). A nível internacional contam com formações na UTCVM (University of Tennessee, College of Veterinary Medicine – Estados Unidos da América) e no Hospital Veterinário da Universidade de Saragoça – Espanha. “Desde sempre pensei em estabelecer-me, mas claro que não foi imediato. Passei por muitos projetos, desde várias clínicas, fábricas de rações, uma câmara municipal. Costumo dizer que só não passei pela área de grandes animais. Achei que esta era a altura certa.”
Futuro passa por 24 horas por dia
Apesar de se mostrar bastante satisfeito com os serviços que atualmente presta, Nuno Neves admite que o futuro passa por disponibilizar serviços 24 horas por dia, 365 dias por ano. “A questão é que mesmo quando avançarmos para um horário destes não vamos querer perder esta proximidade e personalização.” Mas isso ficará para “segundas núpcias” até porque, admite o responsável, “a equipa teria de ser substancialmente alargada”.
Por isso, e num futuro mais próximo, Nuno Neves admite que a estratégia será ir crescendo de forma sustentada, aumentando o número de profissionais consoante a afluência de clientes. “Até porque isso nos vai permitir aprofundar as áreas para as quais realmente somos especializados. Eu em imagiologia e a Joana Miranda em oftalmalgia”.
Serviços disponíveis
– Consultas de Clínica Geral e Especialidades
– Vacinação e desparasitação
– Identificação eletrónica
– Análises clínicas
– Imagiologia (Ecografia/Radiologia digital)
– Cirurgia de tecidos moles e ortopedia
– Internamento
– Aconselhamento nutricional e venda de rações
– Banhos e Tosquias
– Produtos para animais
– Serviço ao domicílio e pet-sitting
