A tendência da alimentação natural ou orgânica também já chegou à alimentação dos animais de companhia. Nos EUA, Canadá e na Europa já existe há décadas, mas em Portugal começou a instalar-se nos últimos cinco anos. Existem várias marcas de ração natural e até da chamada BARF (Biologically Appropriate Raw Food). Mas será que têm mais benefícios?
Ao longo desta semana vamos abordar o tema da alimentação natural. Falámos com várias marcas nacionais ou presentes no nosso mercado, com especialistas nacionais e analisámos estudos de especialistas, associações veterinárias e universidades que abordam esta temática para tentarmos medir os benefícios versus potenciais riscos.
A filosofia que está na base destas alimentações ‘naturais’ é a aproximação ao que os animais comem na natureza, dando alimentação crua ou utilizando na confeção das rações um número mais reduzido de alimentos crus. Sendo dietas maioritariamente à base de carne devido à natureza carnívora dos cães e ainda mais dos gatos.
As dietas à base de carne crua para cães e gatos – BARF ou RMBD (Raw Meat-Base Diets) – são o tema que tem gerado mais polémica, com médicos veterinários e especialistas em nutrição a esgrimirem argumentos pró e contra, baseando-se nos benefícios e potenciais riscos desta alimentação.
Quanto à alimentação natural sob a forma de ração, embora não existam estudos que provem que é mais saudável que as normais rações de qualidade, o facto de incluírem principalmente ingredientes frescos e não alimentos processados, subprodutos e aditivos torna-as potencialmente mais saudáveis para os animais.
Os especialistas salientam, todavia, que a inclusão de um número mais reduzido de alimentos na maioria destas rações e o facto de não incluírem aditivos e suplementos pode levar os animais a apresentarem deficiência em alguns elementos nutricionais, vitaminas, minerais, etc. Pelo que recomendam que os donos devem dar aos animais rações à base de proteína de diversas origens, bem como diferentes vegetais e até cereais.
