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Especial Alimentação Natural

Alimentação Natural: Naturea é natural e nacional

Especial Alimentação Natural Veterinária Atual
A marca portuguesa de alimentação natural – próxima do que os animais comem na natureza – foi criada em 2010. A produção está em Inglaterra “porque não havia fábricas cá e outras mais próximas não conseguiam processar a quantidade de carne fresca que levam as nossas receitas”, explica João Nazaré, brand manager. Começou com a gama Grain Free. Hoje a Naturea tem mais referências e vende para 19 países.

João Nazaré conta-nos que o fundador da Naturea, Raul Abraão, sempre esteve ligado aos animais e depois à alimentação animal “numa das primeiras marcas a desenvolver alimentação biologicamente adequada”, mas quando deixou de a representar em Portugal “procurou outras e acabou por decidir fazer ele o que tinha em mente”.

O brand manager da Naturea adianta que o CEO se juntou a um biólogo e um médico veterinário para “desenvolver receitas com um conjunto de ingredientes naturais e uma forma de confeção específica, sendo a carne ou peixe sempre a base”. Na gama Naturals, a percentagem mínima de borrego ou salmão é de 41%, “mas a maioria das nossas rações para cão têm percentagens de carne entre os 50% a 70% e nas de gato essa percentagem situa-se em torno dos 75% nos alimentos secos e dos 98% nos húmidos”, frisa João Nazaré.

Proteína animal é sempre 1º ingrediente

O responsável pela marca referiu à VETERINÁRIA ATUAL que a principal diferença entre os alimentos Naturea e as principais rações premium normais/não naturais do mercado “é o facto de o nosso primeiro ingrediente ser sempre a proteína animal”. Outra das diferenças “é a qualidade dos ingredientes, que são sempre originários da Europa, mesmo nos alimentos húmidos, o que não acontece nas rações das outras marcas ‘comuns’”.

João Nazaré refere ainda que “na gama Naturals, a carne e o peixe são frescos, desossados e nunca congelados”. Num estudo norte-americano, entre os vários que consultámos, afirma-se que “a inclusão de alimentos inteiros em alimentos para animais naturais, em vez de ingredientes fracionados, pode resultar em maiores concentrações de nutrientes, incluindo fitonutrientes”.

Luís Manuel Ferreira, professor de Nutrição da Faculdade de Medicina Veterinária também nos disse que “se estas rações incluem principalmente ingredientes frescos e não alimentos processados, subprodutos e aditivos, potencialmente serão mais saudáveis para os animais”. Mas, tanto os estudos, como o professor frisam que, por agora, não há provas destes benefícios, porque não há ensaios feitos com animais que comparem os efeitos na saúde dos animais destas e outras rações no mercado.

Rações não específicas, mas mais saudáveis

Para perceber melhor a diferença/semelhança entre os alimentos Naturea e, por exemplo, rações específicas para prevenção de alguns problemas comuns em animais de companhia – como as doenças renais em gatos machos – perguntámos se haveria também esta proteção na sua alimentação. O médico veterinário da marca, Pedro Nabais, respondeu-nos que “ todas as versões Naturea (secas ou húmidas), apesar de não serem específicas para o tratamento de problemas urinários, nomeadamente os habituais cristais e cálculos renais, foram também formuladas a pensar nesse tipo de problemas e, em especial, na sua prevenção”.

Acrescentando: “desse modo, desde que os nossos amigos estejam saudáveis e não existam fatores secundários que predisponham ao seu aparecimento, com a administração das nossas dietas a probabilidade de virmos a ter qualquer caso desse tipo é muito reduzida. Este fator é fundamentalmente conseguido pela simples utilização de ingredientes naturalmente apropriados nas nossas dietas, isto é, a formação de cristais e cálculos urinários ocorrem devido a uma série complexa de fatores sendo o pH da urina um dos principais”.

Pedro Nabais explica ainda que “de uma forma natural, se a alimentação dos nossos pequenos carnívoros for essencialmente carne e produtos de origem animal, a sua urina vai ser claramente ácida. Esse pH ácido da urina previne a formação desses cálculos/cristais, pois a grande maioria deles só ocorre com pH básicos, neutros ou ligeiramente ácidos, sendo este tipo de pH atingido quando a alimentação é constituída por grande componente vegetal (os herbívoros têm um pH urinário claramente básico)”.

Uma tendência ‘copiada’ dos humanos

O professor Luís Manuel Ferreira frisa que “o antropomorfismo com que tratamos os nossos animais” faz com que as tendências de consumo humanas se reflitam também na alimentação animal e, assim, o ‘natural’ tem vindo a crescer.

A Naturea é uma das marcas que tem beneficiado desta tendência. João Nazaré adianta que “depois de a faturação ter crescido em 101% em 2015 face a 2014, em 2016 o crescimento nos primeiros três trimestres foi superior a 40% face ao período homólogo, ainda sem contar com as vendas da nova linha de ‘Treats, Snacks & Dental’”.

O responsável diz-nos ainda que os níveis de preço dos alimentos Naturea “é competitivo na gama Naturals, sendo equivalente a outras rações premium ‘normais’ no caso da Naturea, enquanto a Grain Free tem um preço um pouco acima”.

A marca nacional vende os seus produtos em 19 países, sendo que Portugal ainda é o maior mercado, com cerca de 25%, seguido de Hong Kong, Dinamarca (e restante Escandinávia) e Grécia. O brand manager refere ainda que os países com maiores taxas de crescimento (acima de 80 ou 100%) “têm sido a Polónia, a França e a Bulgária”.

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