A norma aprovada pela União Europeia (UE) requeria que houvesse um enriquecimento de materiais (como palhas) nas explorações de suínos, de forma a permitir que estes pudessem manter o seu comportamento natural: crescer, procurar provisões e explorar o ambiente envolvente. Passava também a ser proibido o corte das caudas.
Em condições naturais os suínos passam 75% das horas do dia em actividade, a pesquisar e a investigar o seu mundo, comportamento impossível caso se encontrem barricados. Aborrecidos e frustrados acabam por virar-se para aquilo que têm à mão, ou seja, começam a morder as caudas dos seus semelhantes. Para prevenir estas situações os suinicultores optam por cortar as caudas, em vez de manter os animais em perfeitas condições.
Um relatório publicado pela European Food Safety Authority (EFSA) em 2007 revelava que 90% dos suínos na UE apresentavam a cauda cortada. A Compassion in World Farming e a ECFA decidiram levar a cabo uma investigação secreta ao longo de 18 meses, em 74 explorações de seis estados-membros (Dinamarca, Hungria, Alemanha, Espanha, Países Baixos e Reino Unido).
A investigação acabou por revelar que a Lei tem sido ignorada por uma vasta quantidade dos suinicultores visitados.
«É um escândalo que sete anos após as novas leis terem entrado em vigor, estas continuem a ser ignoradas por grande parte dos suinicultores europeus. Os porcos são animais inteligentes e inquisitivos, é simplesmente desumano mantê-los barricados em fábricas onde não têm nada para fazer. Apelamos os Estados Membros a reforçar a lei que sustenta o enriquecimento do meio envolvente onde se encontram os suínos e que ao mesmo tempo bane o corte das caudas», anuncia Peter Stevenson, chief police advisor da Compassion in World Farming, em comunicado.