A falta de vacinas para gatos só se deve resolver no primeiro trimestre do próximo ano, sendo que as falhas duram há pelo menos três meses. As vacinas para as doenças em causa (rinotraqueite, calicivirose e panleucopenia) não afetam humanos, mas podem ser mortais para os gatos, noticia a TSF.
O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, diz à TSF que “embora esteja a haver um grande esforço dos fabricantes para repor os stocks necessários”, a informação que tem é que, “possivelmente, antes do primeiro trimestre de 2022 o problema não estará resolvido”. Tal é justificado pela demora de construir e preparar qualquer fábrica deste tipo para produzir vacinas.
Também o dirigente da Associação Nacional de Empresas Veterinárias, Paulo Teixeira, confirma que os problemas se arrastam há perto de três meses e que as vacinas estão a ser racionadas.
“São doenças que se não forem tratadas podem ser mortais, havendo uma dessas doenças que tem uma mortalidade muito elevada e as três têm uma morbilidade igualmente muito elevada”, declara o representante das clínicas.
Fatores para a rutura de stock
Jorge Cid afirmou que durante a pandemia muito mais pessoas adotaram gatos em toda a Europa e isso aumentou a procura por vacinas. Já por outro lado declara que “houve uma quebra de produção provocada pela pandemia, quer por causa das matérias-primas, quer pelos transportes, quer pelos recursos humanos”.
Por sua vez, Paulo Teixeira acrescenta que já ouviu casos de vacinas em falta para cães e ovelhas, mas ainda não há certezas se esses problemas não serão apenas pontuais, sendo que nos gatos a questão é, de facto, grave.
“A explicação que me deram − que não é oficial − é que alguns dos excipientes usados nas vacinas [para os animais] estariam esgotados pela produção mundial de vacinas contra a covid-19”, detalha.