Um estudo americano concluiu que a existência de conexões fortes entre mulheres e animais de companhia pode ajudar a aliviar a depressão e a ansiedade, sobretudo no que toca a indivíduos do sexo feminino que têm traumas relacionados com maus-tratos durante a sua infância.
O estudo, que teve como base um inquérito online a 214 mulheres, com mais de metade a afirmarem ter sofrido abusos na infância, revelou que uma maior conexão a um animal de companhia estava associada a uma menor ansiedade, a um menor stress no geral, assim como a um aumento generalizado do bem-estar.
A investigação também concluiu que a existência de fortes conexões, nomeadamente com cães, está relacionada com uma redução nos sintomas da depressão, da ansiedade e do avanço das próprias doenças, especialmente entre a mulheres que sofreram de maus-tratos na infância.
Os investigadores concluíram ainda que, em mulheres nestas situações, os animais de companhia possam atuar como um fator de compensação da falta de relações seguras com as pessoas ao longo das suas vidas.
“Embora os nossos resultados não sejam diretamente aplicáveis à prática clínica, apontam para um aspeto importante no que toca ao apego a animais de companhia como um fator que melhora o bem-estar psicológico de tutores inseridos em grupos vulneráveis da sociedade. Além disso, os resultados acrescentam novos dados às investigações sobre a natureza complexa e as potenciais consequências do vínculo humano-animal entre aqueles que podem ter desenvolvido um estilo de apego inseguro devido a traumas na infância”, explicam os investigadores.
E continuam: “estes novos conhecimentos dão também a premissa científica para novos trabalhos que abordem este apego a animais de companhia como um meio para desenvolver estratégias preventivas e terapêuticas no que toca à depressão e à ansiedade em grupos vulneráveis de pessoas, nomeadamente mulheres”.