A proibição de produtos comerciais derivados da foca no mercado da União Europeia (UE) deve permanecer, segundo defendem os cidadãos europeus, enquanto a Comissão Europeia (CE) realiza uma avaliação da legislação adotada em 2009.
Numa nova investigação, realizada em 13 Estados-Membros, 80% dos entrevistados disseram que apoiam a proibição da UE no que toca ao comércio de produtos derivados das focas através da caça para fins comerciais e 68% afirmaram que o regulamento não deve ser enfraquecido “de forma alguma”.
Neste sentido, 80% dos inquiridos também concordou que a legislação continua a ser importante para proteger as preocupações éticas dos cidadãos da UE e o bem-estar destes animais.
Em 1983, a UE proibiu a importação de produtos de focas bebés e, em 2009, a legislação foi complementada com uma proibição total da colocação de produtos derivados das focas no mercado europeu, com base nas preocupações crescentes sobre os métodos de caça deste animal, esclarece a comunicação do Eurogroup For Animals.
No entanto, esta legislação inclui uma isenção para produtos derivados da caça tradicional por parte de comunidades indígenas.
O regulamento foi apresentado após “uma longa batalha” e foi aprovado depois de os cidadãos europeus tomarem conhecimento “da crueldade envolvida na obtenção de produtos derivados da foca”, refere o artigo do Eurogroup For Animals.
“A legislação já permitiu salvar milhões de focas de uma morte brutal e cruel. Apesar disso, a UE está agora, inesperadamente, a realizar uma verificação do regulamento para avaliar se esta deve ser mantida ou não, com o risco de proceder a um retrocesso”, explica o Eurogroup For Animals.
O grupo de proteção animal afirma que “um retrocesso nesta legislação prejudicaria seriamente o bem-estar animal e a moral pública, já que a caça para fins comerciais é extremamente cruel e as focas passam por dores excruciantes e mortes lentas, pois os métodos de abate continuam desumanos”.
“Esta investigação mostra claramente que o atual regulamento continua a ser crucial para proteger as focas e abordar as preocupações dos europeus. Conforme exigido pelos seus cidadãos, a UE deve manter os esforços para proteger o bem-estar destes animais, mantendo a liderança e continuando a impulsionar mudanças positivas”, referiu Léa Badoz, Responsável pelo Programa de Vida Selvagem do Eurogroup For Animals.