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Animais de Companhia

WSAVA reassegura que não há evidências que Covid-19 possa ser contraída de animais de companhia

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A Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) voltou a pronunciar-se sobre a transmissão de Covid-19 por forma a tranquilizar os donos de animais de companhia. A comunicação surgiu na sequência da notícia da morte do cão que tinha estado em quarentena por ter acusado “fraco positivo” no teste de Sars-CoV-2 e após um segundo cão ter testado positivo para o vírus.

Depois de duas semanas de quarentena e dois testes negativos, o pomeranian de 17 anos de idade (o primeiro cão a testar “fraco positivo”) já se encontrava com a sua detentora. O animal nunca apresentou sinais clínicos de Covid-19, mas tinha problemas de saúde significativos não relacionados com o vírus, como problemas cardíacos e renais, além da sua idade avançada.

 

Segundo o comunicado da WSAVA enviado à VETERINÁRIA ATUAL, acredita-se que o cão tenha falecido devido à sua idade e a estes problemas, possivelmente agravados pelo stresse da quarentena longe do ambiente familiar. Uma vez que a detentora não permitiu a realização de autópsia, não foi possível determinar a causa exata de morte do animal.

A 19 de março, o Departamento de Agricultura, Pescas e Conservação (AFCD) em Hong Kong anunciou que um segundo cão, um pastor alemão, também tinha testado positivo para Sars-CoV-2. O cão foi colocado em quarentena depois de o seu detentor ter sido diagnosticado com Covid-19.  Tal como no primeiro caso, o cão não apresenta sinais clínicos de doença. Um segundo cão da mesma residência, também testado, acusou negativo para a presença de Sars-CoV-2, tendo sido colocado em quarentena.

 

“Embora ainda haja muito que não sabemos sobre a Covid-19, sabemos que o cão pomeranian não morreu do vírus e que o segundo cão também não mostra sinais, nem da doença nem de ser capaz de a transmitir a outros animais de estimação ou pessoas.  As evidências atuais ainda indicam fortemente que a Covid-19 não pode ser contraída de animais de estimação”, explicou Shane Ryan, presidente da WSAVA.

A WSAVA reitera que sua prioridade é apoiar os veterinários-membros que cuidam de animais de companhia e relembra que os animais de companhia podem ajudar a combater a solidão durante o período de isolamento.

 

A WSAVA disponibilizou várias diretrizes e recomendações.

Michael Lappin, presidente do Comité One Health da WSAVA, e Mary Marcondes, copresidente do Comité Científico da WSAVA, recomendam que os veterinários lembrem os seguintes cuidados aos proprietários de animais:

 

– Manter os seus animais de companhia consigo se ficar de quarentena.

– Manter boas práticas de higiene, incluindo lavar as mãos quando interagirem com os seus animais de companhia.

– Garantir cuidados para quaisquer animais que fiquem sozinhos no caso de a família ou amigos serem hospitalizados.

– Contactar imediatamente o veterinário se tiver dúvidas ou preocupações.

De relembrar que, a 13 de março, os Laboratórios IDEXX anunciaram que testaram milhares de amostras caninas e felinas durante a validação de um novo sistema de testes veterinários para o Sars-CoV-2 e que não se verificaram resultados positivos.

A Ordem dos Médicos Veterinários disponibilizou também uma FAQ com várias perguntas e respostas sobre a possibilidade de transmissão do coronavírus de animais para humanos.

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