Realizou-se no passado dia 4 de julho, no Royal Veterinary College, em Londres, o ‘Vet Futures Summit’, iniciativa que segundo a British Veterinary Association (BVA) reuniu cerca de 120 profissionais do setor para discutir o futuro da medicina veterinária.
Um dos principais focos da iniciativa foi a apresentação das recomendações ‘Vet Futures Report’, uma ação conjunta da British Veterinary Association e do Royal College of Veterinary Surgeons (RCVS) que pretende traçar um retrato daquilo que será a profissão veterinária em 2030 e que faz algumas recomendações de medidas que terão que ser implementadas para desenvolver a profissão.
Sean Wensley, Presidente da BVA citado pelo site oficial da associação, refere que “estamos comprometidos em concretizar todas as ações do Vet Futures Action Plan, mas foi muito interessante e útil perceber as perspetivas dos delegados acerca das suas prioridades. Não é surpresa que o apoio da ação Mind Matters surgiu como uma das prioridades. Somos muito ambiciosos em relação à nossa profissão e temos um claro desejo de melhorar a saúde e o bem-estar dos animais e nosso ambiente.”
Bradley Viner, Presidente do RCVS, refere que “foi ótimo ver uma grande variedade de delegados a visitar o evento, incluindo cirurgiões veterinários de diferentes áreas, quer de clínicas, da academia e ligados à indústria, assim como estudantes de veterinária, enfermeiros veterinários e outros profissionais e pessoas com diferentes backgrounds, como psicólogos e advogados.”
Para definir que ações serão prioritárias, todos os delegados presentes foram convidados a votar nas sete ações que consideram as mais importantes. As que receberam mais votos foram as ações Mind Matters, o desenvolvimento de um programa de liderança para veterinários e criar um grupo One Health no Reino Unido.
O programa Mind Matters também foi lançado para avaliar a saúde mental e o bem-estar das equipas e para encorajar a desenvolver uma cultura onde as pessoas possam falar abertamente dos seus problemas, nomeadamente stresse e burnout. Tem cinco áreas de atividade:
1 – Aprender e compreender boas práticas: Pesquisar quais os fatores de stresse na profissão e ver como outras profissões relacionadas com o meio veterinário lidaram com o assunto;
2 – Mudar a cultura: Criar um programa de atividades para gerar um ambiente positivo para a discussão do assunto, para reduzir o estigma, e para aumentar a awareness e encorajar a procura de ajuda;
3 – Intervenção – nível pessoal: Financiar e dar apoio a programas como o Vetlife Helpline ou Vetlife Health Support, bem como investigar formas de ajudar quem necessite de apoio;
4 – Intervenção – apoiar quem dá apoio: Treino e ajuda para quem trabalha ou viva com alguém que necessite de cuidados, para ajudar os cuidadores a perceber os sinais de stresse e doença mental;
5 – Promover a mudança: Perceber como a profissão está estruturada – desde os estudantes aos profissionais já reformados – e identificar o que pode despoletar o stresse e as doenças mentais;