A questão é colocada num artigo recentemente publicado pela AVMA – American Veterinary Medical Association: quando é que determinar o título de anticorpos presentes no organismo de um animal é melhor do que a re-vacinação?
A medição permite saber a taxa de concentração de anticorpos no sangue do animal e envolve a realização de um teste que dilui, de forma repetida, uma amostra de sangue ao expô-la a um antigénio. Existem vários fatores relacionados com a tendência de realização deste teste ao invés da tradicional re-vacinação.
É que segundo Richard Ford, Professor de Medicina Interna na North Carolina State University College of Veterinary Medicine, nos EUA, as preocupações em relação aos efeitos secundários da vacinação que têm vindo a surgir nos últimos anos em relação às crianças estão agora a estender-se à medicina veterinária.
Richard Ford acredita que a tendência é também fruto da evolução tecnológica e científica. “Existem hoje kits de teste que oferecem informação muito útil num espaço de 25 minutos. Existem duas coisas a emergir e acho que todos os veterinários devem estar em alerta em relação a isso. Uma é que indicação existe para a utilização destes testes? E outra como é que se interpretam os resultados do teste?”.
Como interpretar os resultados?
De acordo com o investigador, os testes de análise de anticorpos ainda são confusos e perceber se os resultados são bons para medir a imunidade é uma questão ainda controversa.
Laurel Gershwin, investigadora e professora de imunologia da University of California-Davis School of Veterinary Medicine acredita que a determinação do título de anticorpos “são uma boa ideia para alguns cães e gatos”, sobretudo para animais com um historial de predisposição genética para responder de forma fraca à vacinação ou que fazem reações alérgicas às vacinas.
Ainda assim, os Protocolos de Vacinação Canina da AAHA (American Animal Hospital Association) sublinham que este tipo de testes podem ser muito úteis para monitorizar a imunidade do organismo a vários tipos de vírus, como o Parvovirus canino tipo 2 ou a raiva.
A investigadora Laurel Gershwin refere que o mais importante é que os donos dos animais colaborem de forma estreita com o médico veterinário do animal qual o melhor plano de proteção imunológica para cada animal. “Este plano deve depender de cada situação, como a reatividade alérgica e fatores como estar ou não a tomar um fármaco imunossupressivo.”
Prazo de vacinação anti-rábica em Portugal
Em Portugal este assunto foi discutido em 2013, nomeadamente no que diz respeito à extensão dos prazos de vacinação anti-rábica, consoante o prazo de duração da imunidade conferida, de acordo com as instruções do fabricante.
“É considerada válida a vacina antirrábica que, de acordo com a data da última administração, se encontra dentro do prazo de duração da imunidade conferida, de acordo com as instruções do fabricante”, pode ler-se numa nota explicativa da DGAV, datada de 2013.
Para confirmar o prazo das diferentes vacinas anti-rábicas clique aqui.