O número de animais de companhia que receberam a vacinação primária diminuiu 18% no Reino Unido em apenas três anos, segundo o relatório de 2019 da PDSA Animal Wellbeing (PAW).
De acordo com os dados recolhidos pela instituição de solidariedade social britânica, que opera através de uma rede de CAMV que disponibilizam cuidados de saúde aos animais dos mais desfavorecidos, o movimento anti-vacinas em humanos pode estar a afetar os tutores de animais.
Os números são claros: a vacinação primária de cães, gatos e coelhos caiu para um total de 84% em 2016 e para 66% em 2019. Segundo o relatório, 32% dos animais também não estão a ser vacinados com os devidos reforços.
Quanto aos motivos para a ausência de vacinação, as principais razões apontadas pelos tutores foram o preço “demasiado caro” das vacinas (17%) e o facto de o animal não estar em contacto com outros (17%). Dezasseis por cento dos donos pensam ainda que a vacinação é “desnecessária” e 13% acreditam que a experiência de “ir ao veterinário é muito stressante”.
Sean Wensley, veterinário sénior da PDSA, comentou: “É muito preocupante para os veterinários e enfermeiros veterinários assistir a um declínio consistente no número de animais de estimação que recebem a vacinação primária, bem como um terço não receber reforços. A consequente perda de imunidade de grupo pode fazer com que haja um ressurgimento de doenças evitáveis que podem causar um sofrimento considerável ou a morte”, disse o profissional, citado pelo portal MRCVSonline.
Apesar destes dados preocupantes, estima-se que o mercado mundial de vacinas veterinárias continue a crescer. Segundo um estudo, este deverá expandir-se a uma média de 5,7% por ano até atingir 10,7 milhões de euros em 2025.