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Terapia de substituição hormonal melhora qualidade de vida de mulheres

Terapia de substituição hormonal melhora qualidade de vida de mulheres

A terapia de substituição hormonal melhora, de forma considerável, a qualidade de vida das mulheres que já passaram pela menopausa, revelou um estudo internacional publicado na revista “British Medical Journal”.

«A qualidade de vida das mulheres aumentou. Mesmo que não se queixassem de afrontamentos e já tivessem passado há muito da menopausa, [as participantes do estudo que faziam terapia hormonal] apresentavam melhorias no sono, vida sexual e dores nas articulações», referiu a líder do grupo australiano do estudo Wisdom (Women’s Internacional Study of Long Duration Oestrogen After Menopause), Alastair McLenna, citada pelo “Público”.
Outra conclusão do estudo revela que são, sobretudo, as mulheres que têm mais queixas vasomotoras (afrontamentos e suores nocturnos) que mais beneficiam da combinação de estrogénios e progesterona.
O estudo abrangeu 3.721 mulheres, com idades compreendidas entre os 50 e 69 anos, do Reino Unido, Nova Zelândia e Austrália.
Três em cada quatro mulheres que participaram na investigação deixaram de ter afrontamentos passado um ano de terapia hormonal. As dores musculares e em articulações eram relatadas por 57% das que faziam a terapia, contra 63% das que a não faziam. Melhoraram também a secura vaginal (14 contra 19%) e as insónias (35 contra 41%), a título de exemplo.
«Este estudo mostra que a terapia de substituição hormonal pode oferecer benefícios reais à maioria das mulheres na menopausa. Mas cada caso é um caso, e cada mulher deve discutir o que será mais adequado para si com o seu médico», aconselhou o presidente da Sociedade Internacional da Menopausa, David Sturdee.
O Wisdom deveria ser uma análise de longa duração (dez anos e 22.300 mulheres), mas foi interrompido, em 2004, devido à publicação dos resultados de um outro grande estudo norte-americano, o Women's Health Iniciative (WHI).
O WHI foi encerrado antecipadamente porque revelava um aumento do risco de problemas cardiovasculares e cancro que gerou uma onda de pânico. Contudo, outros estudos posteriores chamaram a atenção de que os riscos não seriam assim tão grandes, uma vez que aumentavam apenas 0,1% por ano de terapia, havendo vários benefícios a ter em conta.
Sobretudo, a terapia hormonal não deveria ser feita durante mais de sete anos seguidos, e deveria ser feita mais perto da menopausa, e não tanto por mulheres mais velhas.
Os resultados do Wisdom dizem respeito a apenas um ano de terapia de substituição hormonal, não contradizendo outros estudos.
«Os benefícios ao nível da qualidade de vida podem ser maiores em mulheres que têm sintomas mais severos, em torno da idade da menopausa. As mais recentes investigações mostram que, se for iniciada cedo, a terapia diminui os riscos cardiovasculares que se registam quando é iniciada muitos anos após a menopausa», explicou Beverly Lawton, a líder do Wisdom na Nova Zelândia, citada num comunicado da Universidade de Adelaide, Austrália.

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