Os representantes de 24 países e da União Europeia, que formam a Convenção sobre Conservação da Fauna e Flora Marinhas da Antártida (CCAMLR) estiveram reunidos nas últimas duas semanas em Hobart, na Tasmânia. Na ordem de trabalhos estava a discussão sobre a criação de duas áreas marinhas em torno do continente gelado onde a pesca seria proibida, com uma área total equivalente ao tamanho da Índia.
Uma das propostas, apresentada pelos EUA e pela Nova Zelândia, previa a transformação do Mar de Ross, uma baía profunda do oceano Antártico, num santuário para a vida marinha, com cerca de 1,25 milhões de quilómetros quadrados. A segunda proposta, da Austrália, França e União Europeia, pedia a proteção de outra zona na Antártida Oriental, do lado do oceano Índico, com uma extensão de 1,6 milhões de quilómetros quadrados.
Para que fossem aprovadas, as propostas tinham de obter o voto favorável dos 200 delegados. No entanto, a Rússia e a Ucrânia bloquearam o processo, votando contra as duas propostas. A China apoiou apenas uma. A criação deste santuário permitiria garantir a sobrevivência de 16 mil espécies, entre pinguins, baleias, aves marinhas e lulas gigantes.