A FECAVA (Federação Europeia de Veterinários de Animais de Companhia) publicou recentemente o ‘position statement’ da ESVCE (Associação Europeia de Etologia Clínica Veterinária) relativamente ao uso de coleiras de choque.
O médico veterinário Gonçalo da Graça Pereira, que faz parte da direção da ESVCE, refere que “a par de não existirem argumentos válidos a favor do uso destas coleiras já foram publicados vários documentos que comprovam os riscos no comportamento dos animais a quem foram aplicadas este tipo coleiras”.
Esta tomada de posição surge no seguimento de um trabalho de equipa que envolveu uma pesquisa exaustiva sobre todos os estudos feitos sobre as vantagens e desvantagens deste tipo de técnicas. O resultado foi publicado num estudo que deu origem a este ‘position statement’ que já está a ser discutida por alguns governos em diferentes países, como o Reino Unido.
Nas conclusões do documento, que elucida sobre os prós e contras destas coleiras, pode ler-se que as coleiras estão associadas a “numerosos riscos bem documentados para a saúde dos cães, para o seu comportamento e bem-estar. Qualquer possível problema de comportamento é provável que piore ou problemas adicionais podem surgir quando este tipo de coleira é usado. O risco é ainda maior quando estes métodos são usados por treinadores não qualificados”.
E acrescentam: “a eficácia destas coleiras não foi provada como sendo mais eficaz que outras alternativas, como o treino por reforço positivo”. Assim, a ESVCE encoraja os programas educativos com métodos de treino de reforço positivo.
Em Portugal, o uso de coleiras de choque é permitido e a legislação não o proíbe. A sua compra é relativamente fácil e basta uma rápida pesquisa na Internet para verificar que estão à venda em lojas físicas ou online por valores que começam nos 4€!