A Ordem dos Médicos Veterinários anunciou que vai criar um grupo de trabalho para “esclarecimento e tomada de posição sobre quais as terapêuticas não-convencionais que serão admissíveis, em que situações clínicas e com que bases científicas”.
Em comunicado publicado no site da OMV, o organismo não recusa “a análise de qualquer proposta de reconhecimento de práticas que pretendam integrar o Ato Médico Veterinário e que estejam associadas a metodologias menos convencionais, desde que estas sejam fundamentadas e validadas por estudos de rigor científico comprovado”.
A criação do grupo de trabalho vem no seguimento da polémica gerada pelas práticas de terapêuticas não-convencionais, como a acupunctura. “Parece-nos ser óbvio que algumas práticas médicas não podem ser aceites apenas porque são milenares ou tradicionais ou porque são baseadas em dados empíricos ou ensaios sem controlo científico ou tratamento estatístico credível. O efeito placebo, que muitas vezes suporta algum aparente efeito, não pode ser confundido com eficácia clínica”.
“É entendimento conjunto do Conselho Diretivo e Conselho Profissional e Deontológico da OMV que a prática da Medicina Veterinária é, exclusivamente, a que corresponde ao legítimo exercício da Medicina baseada na evidência científica, entendendo-se por Medicina a ciência e a prática do diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças. Qualquer exceção a esta regra será considerada como não podendo ser referida como Medicina Veterinária”.
Para a OMV, a serem utilizadas terapêuticas que não se incluem na definição acima, o médico veterinário atua “sob a sua estrita responsabilidade profissional, podendo, em tese, incorrer em processo disciplinar no caso de queixa formulada à Ordem”.