A atriz Maria João Bastos denunciou no início desta semana na sua página de Facebook o tratamento da sua cadela Amélie, que deu entrada no Hospital Veterinário Vasco da Gama para fazer uma destartarização e que, após alta clínica, entrou em paragem cardiorrespiratório acabando por morrer. A história gerou polémica nas redes sociais e a Ordem dos Médicos Veterinários já se pronunciou, relembrando a presunção da inocência.
O Hospital Veterinário Vasco da Gama, que tem estado debaixo de fogo devido ao caso, já veio entretanto defender-se e afirma que a destartarização com extração dentária realizada ao animal decorreu “sem incidentes, tendo o animal recebido alta clínica no próprio dia em condições consideradas normais”. Além disso, o Hospital confirma que “o animal deu entrada mais de 12 horas após a alta, já em paragem cardiorrespiratória. Neste momento não nos é possível apurar a causa da morte, ou se esta terá tido ou não relação com o referido procedimento.”
O que diz a OMV?
Já esta quarta-feira (13 de abril), a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) emitiu um comunicado em que sublinha que “a classe médico veterinária, como outras profissões, conta com a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), que regula a atividade profissional, e disponibiliza todos os mecanismos legais para que os cidadãos exponham as suas queixas. Estas exposições são julgadas segundo a lei e segundo o código deontológico em vigor, código esse que se rege por um alto nível de exigência em todos os aspetos relacionados com a sua atividade profissional. Para o esclarecimento de qualquer tipo de situação existem procedimentos estabelecidos, aos quais qualquer cidadão pode recorrer.”
Mais, refere que “não pode pactuar com ‘julgamentos públicos’, seja qual for o médico veterinário ou a situação em causa. Para o esclarecimento de qualquer tipo de situação existem procedimentos estabelecidos, aos quais qualquer cidadão pode recorrer.”
A OMV está já a avaliar o caso e diz que retirará daí “as devidas consequências, mas não deixará igualmente de atuar na defesa do bom nome dos seus membros.” De resto, refere que “condena a difamação da classe médico veterinária, e atuará sempre na defesa dos seus membros“ e que “cada cidadão é responsável pelas suas próprias afirmações, sendo livre de as fazer, desde que não entre no campo da difamação.”
O caso está também a ser alvo de um inquérito interno do próprio hospital veterinário que sublinha, no entanto, que a “conclusão preliminar é que não terá havido nada no procedimento que fizesse prever ou justifique o falecimento do animal.” Os responsáveis pelo hospital aguardam o relatório da necrópsia para esclarecer em definitivo as causas da morte.