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O seu animal de companhia é a nossa paixão é o lema do Hospital S. Francisco de Assis

O seu animal de companhia é a nossa paixão é o lema do Hospital S. Francisco de Assis

De pequena clínica, a Climalve transformou-se num hospital e até teve direito a um novo nome: Hospital Veterinário São Francisco de Assis, em homenagem ao padroeiro dos animais. Sónia Moura, a directora-clínica, garante que o hospital já é uma referência na área geográfica onde se insere, sobretudo no que respeita a animais geriátricos.

O nome Giovanni di Pietro di Bernardone diz-lhe alguma coisa? É natural que não, mas se dissermos que Giovanni ficou conhecido para a posterioridade como São Francisco de Assis, o caso muda de figura. Foi há quase 800 anos que o jovem italiano irrequieto e boémio, filho de burgueses, decidiu dedicar-se a uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a ordem mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos.

São Francisco de Assis é o patrono dos animais e em homenagem a isso, aquando da passagem de clínica a hospital, a Climalve, na Malveira, mudou de nome tornando-se no Hospital Veterinário S. Francisco de Assis. Mas não só. Segundo Sónia Moura, a directora-clínica, o facto de o Convento (Franciscano) de Mafra estar apenas a uns quilómetros também teve a sua influência na escolha do nome.

 

A passagem de clínica a hospital foi a consequência natural de uma evolução a duas mãos. Por um lado porque houve um crescimento enquanto empresa e, por outro, porque existiu um crescimento profissional da sua proprietária, assim como da equipa que lhe dá vida. A Climalve “ficava situada a duas ruas daqui e no início era uma pequena loja que estava aberta somente ao fim do dia, sendo que pertencia a vários colegas que tinham outras clínicas e, por isso, acabaram por deixar esta”, conta a médica veterinária que tomou as rédeas da clínica há seis anos, apesar desta já contar com cerca de 30 anos de existência. Assim que o fez, o espaço “começou a estar aberto todo o dia. Depois, como a loja ao lado estava vaga, ocupamo-la também, até que viemos para esta que é maior e mais central”.

Todavia, em todo este processo, os donos dos animais também desempenharam um papel fulcral já que a passagem a hospital “veio corresponder ao pedido dos proprietários, sobretudo no que diz respeito à parte das urgências e dos cuidados intensivos”. E como enquanto clínica já «fazíamos muito internamento, achamos que fazia sentido evoluirmos”. E foi assim que “mudamos de instalações e aumentamos a equipa”.

 

Veterinária gestora

Sónia Moura foi progredindo profissionalmente, não apenas como médica veterinária, mas também como gestora. “Adquiri um espaço que era pequeno e que foi crescendo, com todas as implicações que isso possa ter”. Como conhecimentos no domínio da gestão seriam uma ferramenta valiosa, a responsável decidiu ter formação nessa área, tendo estado inserida num processo de coaching durante um ano. Além disso faz os possíveis para ir a acções de formação de marketing e gestão. No fundo, confidencia a médica veterinária, o segredo “é nunca parar”.

 

A aposta na qualificação profissional parece ser uma das premissas do Hospital Veterinário S. Francisco de Assis. “Aqui todos têm formação em algo mais além do curso normal”, garante Sónia Moura, acrescentando que a sua equipa é “muito boa e profissional” e “todos trabalham com gosto e prazer”. Actualmente a equipa é composta por três médicos veterinários em regime full time e quatro enfermeiros veterinários. “Temos ainda uma colega que vem com mais assiduidade fazer cirurgia e outros colegas que dão consultas de ‘especialidade’”. Entre elas, a médica veterinária salienta a acupunctura e animais exóticos pois já têm atendido “tartarugas, furões, papagaios, cobras e até tarântulas”.

Aproveitar as oportunidades

 

Sónia Moura é médica veterinária há dez anos, tendo-se licenciado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Apesar de Medicina Veterinária não ter sido a sua primeira escolha, acabou por se revelar uma paixão. “A primeira opção foi Medicina Humana e até acabei por conseguir entrar. No entanto já estava a frequentar o curso de Veterinária e a adorar a experiência”, sublinha. “Era de Lisboa e de repente vi-me numa quinta fantástica, num ambiente completamente diferente daquele a que estava habituada”. Na verdade, Sónia Moura revela que até então sempre tivera interesse por animais, “mas nunca tinha pensado em dedicar-me profissionalmente a eles, provavelmente porque nunca tive um cão ou um gato de estimação”. Até ter chegado à faculdade, onde ‘arranjou’ a companhia de um gato.

Não obstante, se hoje exerce na área dos pequenos animais, durante a licenciatura o seu fascínio eram os grandes animais, designadamente as vacas. “Na altura julguei que iria enveredar por aí, pois gostava da parte das urgências a meio da noite e mesmo dos partos”. Todavia um estágio de final de curso nos Estados Unidos, assim como um outro no Royal College em Londres, fê-la mudar de rumo. “Nos EUA contactei com um mundo completamente diferente daquele a que estava acostumada: os animais eram tratados como pessoas. Além disso já havia meios de diagnóstico e de internamento avançados e tudo isto me fascinou”. Ao ponto de tentar “trazer um bocadinho disso para o meu dia-a-dia”… e foi assim que acabou por se dedicar à clínica de pequenos animais. Fazendo uma retrospectiva do seu percurso profissional, Sónia Moura garante que passou “por um processo de crescimento” onde foi seleccionando as oportunidades que foram surgindo, ou seja, não foi algo que tivesse à partida escolhido: “em criança não dizia quero tratar de cães e de gatos”.

Uma referência

‘O seu animal é a nossa paixão’ é o lema do Hospital S. Francisco de Assis. E é neste contexto que a médica veterinária sublinha que “trabalhamos, essencialmente com proprietários cujos animais fazem parte da família”. Por outro lado, considera que “a maneira como nos organizamos e a nossa forma de estar fazem com que as pessoas se sintam bem em trazer os seus animais”. Esta situação é especialmente notória no caso daqueles que estão hospitalizados, onde “queremos que os donos, quando os deixam cá, se sintam descansados porque vão ser bem tratados e vigiados”. E é esta atitude por parte da equipa do hospital que justifica a relação de confiança que é estabelecida entre o proprietário e o médico veterinário.

Consciente de que na zona há muita oferta, a directora-clínica acredita que ainda assim “há mercado para todos”. Até porque “normalmente as pessoas que nos procuram querem um tipo de serviço onde saibam que há um cuidado de 24 horas por dia”. A médica veterinária destaca que “já conseguimos ser vistos como referência, que era um dos nossos objectivos”, dado que “temos pacientes que são tratados noutros lados, mas que, em certas situações, são reencaminhados para cá. Contudo, após o tratamento mandamo-los de volta para o colega que nos referenciou”.

Os casos que recebem são, geralmente, complicados. “Presentemente, os animais que temos no internamento são quase todos geriátricos e, por consequência, sofrem de insuficiência renal, algum tipo de tumor, diabetes, etc”. Aliás, um dos interesses de Sónia Moura é precisamente a geriatria, assim como a oncologia. Não obstante, o hospital também recebe casos para cirurgia, nomeadamente de tecidos moles e ortopedia.

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