Sónia Da Veiga, da Clínica dos Olivais, em Coimbra, advoga que se deve abordar a saúde de cada animal de companhia de modo pró-activo, prevenindo o aparecimento de patologias, «não só pela muito importante (e cada vez mais abraçada pelos donos) vacinação, mas também pelo maneio, tratando cada animal como único, abrangendo todas as vertentes da sua existência».
E decorrente de maus cuidados alimentares podem surgir algumas patologias, como explica Ricardo Vintém, director clínico da Primavet, no Cacém. Em seu entender, «muitas delas surgem por uma utilização de rações de má qualidade ou uma alimentação caseira desequilibrada. Temos como exemplos várias patologias osteoarticulares causadas por rações com maus rácios cálcio/fósforo, urolitíases diversas por excessos de determinados minerais, ou no segundo caso a esteatite / paniculite felina em casos de hipovitaminose E por excesso de peixes ricos em ácidos gordos poliinsaturados (mais evidente em casos de peixes menos frescos e já com alguma oxidação) ou a simples obesidade por excessos indiscriminados de alimentos».
Por seu lado, a médica veterinária de Coimbra advoga que, «desde que o animal seja alimentado com uma ração adequada para a sua espécie, idade, condição corporal e estado de saúde, não existem “alimentos que provocam patologias”, mas sim “rações que ajudam a prevenir patologias”».
«Restos não são saudáveis»
Já Isabel Serra, da clínica Vetandom, afirma que embora haja relação entre o aparecimento de algumas patologias e a alimentação «não se pode falar sempre em causa principal». A médica veterinária conta ainda que «nas zonas rurais, sobretudo, ainda há muito o hábito (tem vindo, felizmente a diminuir) de dar aos animais (cães e gatos), restos de refeições dos donos». Fruto deste hábito, casos de cães com obstipação por fragmentos de ossos no intestino ainda são frequentes, «por vezes chegando à perfuração» e também se verificam situações de emergência por animais que ingerem chocolate, «quer por o "roubarem", estando em locais de fácil acesso, quer por ser voluntariamente administrado pelos donos que desconhecem o perigo», explica Isabel Serra.
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