A questão foi levantada por Paula Boyden, médica veterinária e diretora da ONG Dogs Trust, durante o congresso da British Small Animal Veterinary Association: o que leva alguém a maltratar um animal de companhia e, depois, levá-lo ao veterinário para ser tratado? Durante a sua intervenção, a médica veterinária explicou de que forma se podem reconhecer sinais de abuso, sejam estes físicos ou emocionais.
De acordo com a veterinária existem muitos termos para descrever os abusos, mas “devemos lembrar-nos que precisamos de ser muito claros acerca da terminologia e aquilo que queremos dizer quando usamos esses termos”. No caso de animais de companhia, a terminologia associada ao abuso infantil pode ser usada, de acordo com a médica veterinária: abusos físicos, sexuais, emocionais e negligência.
“Pela nossa natureza somos profissionais muito atenciosos e é muito difícil para nós perceber por que razão é que alguém magoa um animal de forma deliberada e depois os leva até nós para o tratar. Não faz sentido”, referiu.
Para a médica veterinária podemos falar de semelhanças entre o abuso de pessoas e de animais e isto é devido a um denominador comum: o perpetrador humano. Estes usam a força da ligação com o a pessoa/animal para ter controlo e poder sobre as vítimas. Por exemplo: ‘se não fazes o que digo vou magoar o animal de estimação’.
A médica veterinária falou ainda daquilo que os médicos veterinários devem fazer sempre que se depararem com sinais de abuso e o que devem fazer para os identificar, citando um guia lançado recentemente pela Animal Welfare Foundation e que explica de que forma os profissionais do setor devem proceder nestes casos.