iStock Um estudo destacou a importância da terminologia utilizada pelos médicos veterinários ao comunicarem diagnósticos oncológicos em cães, evidenciando que o uso da palavra ‘cancro’ aumenta significativamente a ansiedade dos tutores e influencia as suas decisões de tratamento.
A investigação, conduzida ao longo de oito meses e meio, e que envolveu 683 participantes com mais de 18 anos, apresentou três cenários hipotéticos de diagnóstico para os seus cães: cancro da tiroide, lesão da tiroide e células anormais.
Em função destes cenários, os participantes teriam de indicar a sua preferência de tratamento e relatar os seus níveis de ansiedade associados a cada diagnóstico e à escolha de tratamento.
Os resultados mostraram que 78,1% dos participantes expressaram estar ansiosos ou muito ansiosos quando o diagnóstico incluía o termo ‘cancro’, comparado com os 34,2% registados para lesão da tiroide e 59,3% para as células anormais.
Além disso, 71,8% dos tutores optaram pela cirurgia como tratamento principal para o diagnóstico de cancro da tiroide, enquanto apenas 39,8% e 53,8% escolheram essa opção para lesão da tiroide e células anormais, respetivamente.
A vigilância ativa foi preferida por 24,5% dos participantes no caso de diagnóstico de cancro da tiroide, mas por 57,5% e 43,9% nos cenários de lesão da tiroide e células anormais, respetivamente.
Os investigadores concluíram que a terminologia usada ao descrever diagnósticos oncológicos em cães tem “um impacto direto” nas escolhas de tratamento dos tutores e nos seus níveis de ansiedade. Assim, o uso explícito da palavra ‘cancro’ tende a levar os tutores a preferirem intervenções mais agressivas, como a cirurgia, devido ao aumento da preocupação com o prognóstico do animal.
Os cientistas sublinharam a necessidade de uma comunicação “cuidadosa e empática” por parte dos profissionais veterinários quando conversam com os tutores sobre a saúde do seu animal.
“Ao considerar o impacto emocional das palavras utilizadas, é possível orientar os tutores de forma mais eficaz, ajudando-os a tomar decisões informadas e equilibradas sobre o tratamento dos seus animais de companhia”, concluem.
