Oitenta e cinco por cento da população portuguesa afirma que gostaria de ter mais informação sobre a alimentação dos animais que dão origem a géneros alimentícios para consumo humano e sete em cada dez portugueses consideram que a alimentação animal tem um impacto elevado ou extremamente elevado na alimentação humana. Os dados são apresentados hoje, 25 de outubro, numa conferência organizada pela Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA) para assinalar os seus 50 anos de existência.
O estudo foi realizado a pedido da associação pela GFK e revela o que pensam os portugueses sobre o setor, os alimentos da origem animal (carne, peixe, leite e ovos) e os setores que os produzem.
A pesquisa, realizada através de 1 012 entrevistas telefónicas a homens e mulheres com idade superior a 18 anos, residentes em Portugal Continental, avaliou as atitudes dos portugueses relativamente à segurança alimentar, com 43% da população a considerar que a sua saúde se encontra salvaguardada.
Quanto ao impacto da alimentação animal no ambiente, a maioria dos inquiridos (76%) não sabem que este setor recicla uma percentagem relevante de coprodutos derivados da alimentação humana, mas consideram que é importante reduzir a pegada ambiental do mesmo (77%). A mesma percentagem acredita que a produção de alimentos para animais é uma atividade relevante em termos socioeconómicos para o País.
Quanto às atitudes relativamente ao consumo dos portugueses, os dados mostram que 99,8% dos portugueses consomem carne e peixe e que 92% consomem carne várias vezes por semana. Vinte e cinco por cento dos portugueses comem carne todos os dias. O peixe é consumido com menor frequência, embora estejam também em maioria (72%) aqueles que o consomem mais do que uma vez por semana. O leite tem o consumo mais polarizado: tende a ser consumido todos os dias, ou não consumido de todo. Os ovos são tendencialmente consumidos entre uma a quatro vezes por semana.
Outro aspeto a destacar é que 10% dos portugueses afirmam que já ponderaram fazer uma alimentação exclusivamente vegetariana ou vegan. Destes, 69% dos inquiridos afirmaram ter considerado tal opção porque pode representar uma alimentação mais saudável.
A IACA integra 58 associados – empresas de alimentos compostos para animais, pré-misturas e aditivos – e representa mais 80% da produção nacional de alimentos compostos para animais e a totalidade das pré-misturas de produção nacional.
Os principais destinos da produção desta indústria são a alimentação para animais de estimação e para as explorações pecuárias. Para estas últimas, que representam 2 760 milhões de euros e 38% da economia agrícola nacional, a alimentação animal constitui o maior fator de produção. O setor da alimentação animal tem impacto direto em 46 mil explorações especializadas e 37 780 mistas (atividade agrícola e pecuária).
O setor gera, anualmente, um volume de negócios de 1 426 milhões de euros, o que representa 12% do volume de negócios da agroindústria. As empresas de produção de alimentos compostos para animais empregam, atualmente, cerca de 3 500 trabalhadores, ou seja, 4% do volume de emprego do setor agroalimentar.