A British Veterinary Association (BVA) está a apelar aos tutores que considerem o impacto do seu comportamento online nos profissionais veterinários. O apelo surge após novos dados do inquérito Voice of the Veterinary Profession mostrarem que 57% dos médicos veterinários na prática clínica sentiram-se intimidados pela linguagem ou comportamento dos tutores em ambiente online durante 2021.
Segundo o explicado pela BVA, no seu site, o valor registado é superior em 10% face a 2019. O tipo mais comum de abuso online são as críticas injustas (90%). Quase metade (46%) foram insultados e um em cada três (33%) vivenciou o trolling (comportamento que tende a desestabilizar uma discussão e a provocar e enfurecer as pessoas nela envolvidas). Outros um em cada três (31%) foram alvo de assédio online.
Outros dados:
- Quem foi alvo de abuso online indicou em maior número que deverá abandonar a profissão em cinco anos para perseguir outra carreira (29% vs 9% dos que não tinham sido alvo);
- As mulheres (45% contra os 30% dos homens) e os mais jovens (49% com menos de 35 contra 27% com mais de 55) foram maior alvo destes abusos.
“As pressões atuais sobre as equipas veterinárias são imensas e é simplesmente inaceitável que os seus empregos sejam ainda mais dificultados pelo abuso dos clientes, online ou pessoalmente. Estamos muito conscientes de que uma visita ao médico veterinário pode ser um momento ansioso e incerto para os tutores de animais, especialmente quando o prognóstico é pobre ou o tratamento necessário é dispendioso, mas é absolutamente inaceitável tirar estas frustrações no pessoal veterinário”, declarou a presidente da BVA, Justine Shotton.
“A maioria dos clientes é cooperativa e grata pelo cuidado que os seus animais recebem, mas uma pequena minoria está a criar um ambiente intolerável para os profissionais veterinários presencialmente e online”, concluiu ainda.