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Médicos Veterinários

“No meu dia a dia de trabalho, posso começar de manhã com uma rãzinha de oito gramas e terminar à noite a ver um rinoceronte de duas toneladas”

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Ser veterinária “de macacos e leões” era um sonho de infância que Stéphanie Mota perseguiu com perseverança até se tornar realidade. Dos domingos de manhã no sofá, em criança, a ver os programas da BBC Vida Selvagem na TV, até se tornar, no ano passado, na primeira e única portuguesa médica veterinária especialista em Medicina Zoológica, foram vários e de monta os desafios que teve de ultrapassar. À conversa com a VETERINÁRIA ATUAL, Stéphanie Mota recorda os momentos mais marcantes deste percurso e relata o seu “nunca monótono” dia a dia de trabalho como veterinária do Zoo de Edimburgo, enquanto destaca o papel que a medicina veterinária desempenha na conservação de espécies ameaçadas.

O que a levou a escolher a medicina veterinária como opção de carreira e, mais especificamente, a especialização em Medicina Zoológica?

 

A minha história é igual à de muitas crianças que adoram animais e que sonham vir a ser veterinárias quando crescerem. Eu, desde que me lembro que sempre disse que queria ser veterinária, nunca disse que queria ser outra coisa. Mais especificamente veterinária de macacos e leões.

Porquê macacos e leões?

 

Acho que muito por influência dos programas da BBC Vida Selvagem que davam ao domingo de manhã na televisão, aos quais eu assistia, fascinada. Já mais tarde a paixão evoluiu para os grandes primatas e o chimpanzé passou a ser o meu grande amor. Hoje em dia trabalho com todos e adoro.

E foi esse sonho de criança que a levou até ao curso de Medicina Veterinária, que foi feito onde e quando?

 

Tirei o curso na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) entre 2008 e 2014, portanto pós-Bolonha, com mestrado integrado. Logo no meu primeiro ano de estágio optei por ir para fora de Portugal e fiz estágios no Brasil, em Espanha e no Reino Unido. Foi com a minha ida ao Brasil que surgiu o projeto para a minha tese de mestrado: macacos capuchinhos. Foi também aí que dei os primeiros passos naquela que viria a ser a minha área de especialização.

Na UTAD temos a vantagem de ter o CRAS [Centro de Recuperação de Animais Selvagens], o que facilita o acesso mais direto e precoce dos alunos aos animais selvagens.

 

“Os três pilares de um zoo moderno e acreditado são a conservação, a educação ambiental e a investigação”

Foi por isso que escolheu o curso da UTAD?

Não. Foi aleatório, mas correu mesmo bem! Porque me permitiu ter logo um contacto com selvagens e exóticos nessa fase e não apenas com o cão, o gato, o cavalo, a vaca e outros animais de produção.

O meu início de carreira foi no Hospital Veterinário da UTAD. Primeiro com cães e gatos, durante um ano, e depois com os animais selvagens e exóticos. Portanto, a minha experiência profissional também começou lá e sou muito agradecida pela oportunidade.

Conservação da vida selvagem: Todos podemos contribuir, mesmo que com pequenos gestos

São inúmeras e cada vez maiores as ameaças atuais à vida selvagem. De acordo com Stéphanie Mota, “há pequenas ações que estão ao alcance de todos” no sentido de combater a destruição dos habitats, a caça furtiva ou a extinção de espécies. Desde logo:

▪ Reduzir a pegada de carbono;

▪ Optar pela aquisição de madeira certificada;

▪ Não adquirir produtos com óleo de palma;

▪ Reduzir o consumo de energia;

▪ Utilizar os transportes públicos;

▪ Diminuir o uso de plásticos.

No plano das políticas nacionais, a veterinária defende a adoção de leis de fiscalização rigorosas no que respeita ao tráfico animal, bem como o apoio a programas de controlo de espécies invasoras.

De certa forma, foi um trampolim para a posterior especialização… Como decorreu esse processo e que desafios enfrentou para alcançar o título de EBVS® European Veterinary Specialist in Zoo Health Management?

A especialização é, sem dúvida, um processo complexo e desafiante, desde logo por não existirem residências em Portugal. Atualmente, já existe uma residência de Medicina Interna, pelo menos, mas não temos um programa estruturado a nível nacional.

As opções que tinha quando comecei a pensar em candidatar-me à especialização em Medicina Zoológica, no âmbito do European College of Zoological Medicine, eram o Reino Unido e a Dinamarca. Eram exigidos, como requisitos para frequência da residência, dois anos de experiência ou um internato. Na altura, eu já tinha feito dois internatos e tinha sido veterinária voluntária num centro em África do Sul com babuínos, também já tinha publicado a minha tese de mestrado e um case report e pensei que já podia começar a candidatar-me. Optei pelo Reino Unido e enviei o meu CV e candidatura. Até ter um sim de Edimburgo, foi todo um longo processo de recandidaturas e entrevistas… Quando não se fica com a vaga da residência, é-nos dado um feedback sobre o que podemos melhorar na nossa candidatura. No meu caso disseram-me que em termos de currículo estava “tudo impecável”, mas que não tinha qualquer experiência no Reino Unido. Como tal, decidi fazer um segundo mestrado em Londres que consistiu em mais um ano de estudo muito intensivo, em que a parte prática foi feita no Zoo de Londres. Consegui publicar a tese de mestrado, que incidiu sobre tigres – mais concretamente sobre função e doença renal nesta espécie – e assim melhorar o meu currículo e conseguir a vaga para residência em Edimburgo. Voltei a concorrer, fui à entrevista e fiquei com a vaga. Iniciei o programa de treino da residência em 2019.

“Para se ser médico veterinário de um zoológico ou de um centro de recuperação não é preciso ter-se uma especialização. Em Portugal ninguém tem esta especialização e o trabalho que é feito nestes domínios [zoo e conservação] é excelente e, inclusivamente, serve de exemplo no estrangeiro”

E em que consiste a formação para obter o grau de especialista em Medicina Zoológica?

A residência tem a duração de três anos, período no qual somos obrigados a publicar três artigos, participar numa conferência internacional e completar o case log, que consiste em ver um número mínimo de animais por grupo. No caso da medicina de zoo, é obrigatório ver, por exemplo, 10 animais de mamíferos marinhos, 50 peixes, 40 roedores. Se não houver animais suficientes para efetuar o case log nos três anos de residência temos que ir fazer uma rotação a outro zoo/instituição. Eu fui ao Oceanário de Lisboa ver peixes e foi uma experiência muito enriquecedora. Depois de tudo isto e de muito estudo, é-nos dada a oportunidade de fazer o exame e se passarmos obtemos o grau de especialista. Assim, desde abril de 2024 que sou oficialmente EBVS® European Veterinary Specialist in Zoo Health Management.

Obtido o grau de especialista, em que consiste, atualmente, o seu trabalho?

Foi-me oferecida uma vaga permanente no Zoo de Edimburgo, que eu aceitei e estou muito feliz. O zoo é detido pela Royal Zoological Society of Scotland, uma organização sem fins lucrativos que também administra o Highland Wildlife Park, situado fora da cidade, no norte da Escócia.

São certamente espaços com caraterísticas e espécies diferentes?

Sim. No norte, como temos mais espaço, é um modelo de zoológico mais tipo safari. Lá, estão as espécies cujo habitat natural é em regiões frias, como o urso polar, a raposa do ártico, o leopardo das neves. No Zoo de Edimburgo, estão os leões, os macacos, todos aqueles animais cujo habitat natural é de clima quente.

Como se relaciona o trabalho dos zoológicos com a conservação de espécies e da natureza?

São áreas intimamente ligadas, eu diria, indissociáveis. No caso da Royal Zoological Society of Scotland, o lucro obtido com os dois parques é investido em conservação e temos inúmeros projetos ativos nesse âmbito, tanto na Escócia como em outros países.

Atualmente, o projeto mais emblemático que temos em curso é o do gato-bravo, em que estamos a fazer reprodução para libertação no território escocês. A população de gato-bravo europeu na Escócia estava funcionalmente extinta. Os números colapsaram por diversas razões e os poucos que sobraram foram-se misturando com o gato doméstico, pelo que estamos a reforçar a população desta espécie com animais geneticamente mais robustos.

Mas não ficamos por aqui… Somos particularmente fortes no domínio dos invertebrados, ainda que estes sejam menos populares. Estamos a trabalhar, de momento, com uma espécie de mosca que julgávamos extinta. É uma espécie que tem um papel muito importante, mas cuja foto nas redes sociais consegue muito menos likes – e consequentemente menos doações – que a do gato-bravo. Como tal, temos desenvolvido iniciativas junto das crianças em idade escolar, em que os envolvemos no processo de libertação das larvas no ambiente e eles acham imensa graça, ao mesmo tempo que compreendem a importância de todos os animais para o ecossistema.

Pelo mundo fora, prestamos apoio – tanto financeiro, como de know-how – a projetos de conservação diversos, como os que visam proteger os chimpanzés no Uganda ou os papa-formigas no Brasil. São protocolos estabelecidos há alguns anos e que permitem um apoio que extravasa a parte da medicina veterinária, com o envio de equipas de IT, por exemplo, para uma ajuda de cariz logístico.

“A especialização é, sem dúvida, um processo complexo e desafiante, desde logo por não existirem residências em Portugal”

Como é o dia a dia de trabalho de uma médica veterinária num zoo?

O meu trabalho envolve tudo aquilo que falei anteriormente, ou seja, o desenvolvimento e apoio a projetos de conservação de espécies. Mas, depois, há toda a parte dos meus animais que tem que ser assegurada 24/7. Todos têm que estar bem e temos que ter sempre pelo menos um veterinário a assegurar esta parte, sendo que a equipa é constituída por cinco médicas e duas enfermeiras para os dois parques.

No meu dia a dia de trabalho, posso começar de manhã com uma rãzinha de oito gramas e terminar à noite a ver um rinoceronte de duas toneladas. Essa diversidade é um aspeto que adoro! Além disso tudo, posso ter que ir dar uma palestra a estudantes. E depois há as emergências, que têm sempre prioridade sobre as atividades programadas e que podem alterar os planos previamente definidos.

Como vê a questão de haver muitas pessoas a olharem para os zoos como modelos obsoletos e de uma forma negativa, certamente muito pelo facto de desconhecerem todo o investimento que estas instituições fazem em conservação?

Entendo, na medida em que o conceito de zoo não está protegido. Segundo a lei, a definição de zoo é um espaço em local fixo, aberto ao público pelo menos um mínimo sete dias no ano. Portanto, se eu tiver uma quinta e muito dinheiro, consigo arranjar vários animais exóticos com as devidas licenças – já nem estou a entrar na questão da legalidade, que isso é um outro patamar –, deixo as pessoas visitarem e cobro um x pelas entradas. Tenho um zoo, de acordo com a lei.

Esta é uma discussão que costumo ter com os meus alunos, porque gosto de provocá-los e, na verdade, não acho que tenhamos que estar todos de acordo… Eu não defendo os zoos todos, defendo os zoos acreditados, os que pertencem à EAZA, que é a Associação Europeia de Zoos e Aquários ou à congénere americana. Os zoos têm inspeções todos os anos e têm regras muito específicas a cumprir no que diz respeito ao bem-estar animal, nomeadamente temos que provar que há enriquecimento ambiental.

Zoos mais antigos, com instalações construídas há muitos anos – como é o caso do de Edimburgo e do de Lisboa – foram-se adaptando às exigências e legislação ao longo dos anos e acompanhando e implementando as mudanças necessárias. E a tendência natural é para que evoluam, em termos de recinto, para um modelo cada vez mais próximo do que é o habitat natural dos animais que têm em cativeiro. E nem falo numa perspetiva de negócio, porque essa não é de todo a minha visão a este respeito, mas porque as pessoas também cada vez menos gostam de ver os animais “atrás de uma grade”.

Os três pilares de um zoo moderno e acreditado são a conservação, a educação ambiental e a investigação.

Já me falou da conservação. Pode detalhar um pouco melhor as outras duas áreas?

Na parte da educação ambiental é preciso ir muito além do colocar um letreiro a dizer “isto é um leão, vem de África e precisa de ajuda”. No Zoo de Edimburgo temos um departamento exclusivamente dedicado à educação ambiental que promove as mais variadas iniciativas, nomeadamente oficinas de verão para crianças, que passam 15 dias das suas férias aqui connosco. Só este contacto muito próximo com os animais, o toque, o acompanhamento do que fazemos diariamente, permite às crianças – que são as gerações futuras – aprender e conhecer.

A primeira vez que uma criança vê um leão, é algo incrível. É mais fácil passar a mensagem àquela criança para proteger aquele animal, porque ela viu-o, esteve perto dele. Há uma frase que acho que é da Jane Goodall, que é “If we don’t know, we don’t care”. Ou seja, “Se não conhecermos, não queremos saber, não nos importamos”… E se não quisermos saber desses animais, se não houver uma ligação emocional, não os vamos proteger, nem temos qualquer interesse em contribuir para a sua conservação. A educação ambiental, quando bem feita, faz a diferença.

No que respeita à investigação, importa desmistificar a conotação negativa do termos pesquisa científica e esclarecer que os animais em cativeiro são uma fonte de conhecimento incrível que depois pode ser aplicado na vida selvagem, no habitat natural, quando é necessário. Dou um exemplo muito concreto: É preciso anestesiar e proceder à translocação de um elefante devido a um conflito humano ou porque o elefante está a causar problemas e a população vai matá-lo. O conhecimento sobre a medicação e as doses eficazes e seguras para aquele animal vêm de inúmeros estudos de farmacodinâmica realizados em cativeiro.

Que conselho daria a veterinários que gostassem de enveredar pelo mesmo caminho da especialização em Medicina Zoológica?

Para se ser médico veterinário de um zoológico ou de um centro de recuperação não é preciso ter-se uma especialização. Em Portugal ninguém tem esta especialização e o trabalho que é feito nestes domínios é excelente e, inclusivamente, serve de exemplo no estrangeiro. Temos o caso do projeto de recuperação do lince ibérico, que tem servido de exemplo ao nosso projeto escocês de recuperação do gato-selvagem, com consultores portugueses a virem à Escócia partilhar o seu conhecimento e o trabalho desenvolvido nesta área. É algo que me enche de orgulho.

Para mim, a especialização fazia todo o sentido. Eu penso que se estes animais têm de estar em cativeiro – devido ao impacto que os humanos têm no seu habitat natural –, merecem ser tratados da melhor forma possível. Merecem ter os melhores veterinários, os melhores treinadores, a melhor dieta, as melhores instalações, o melhor enriquecimento ambiental… A especialização permitiu-me dotar-me das ferramentas e segurança para fazer o meu trabalho da melhor forma possível. Não foi pelo título que decidi especializar-me, foi pelo conhecimento e treino intensivo.

Neste momento não há residências de Medicina Zoológica em Portugal, mas desde que eu me candidatei já abriram mais duas em França. É uma questão de tempo e de mais especialistas se formarem. Mas, atualmente, há mestrados em exóticos pela UTAD e pela Universidade de Évora e Espanha tem imensos mestrados em conservação que são bons. São ótimas opções, mas mesmo que não se queira ir pela parte académica, existem locais em Portugal onde se pode aprender imenso e ganhar experiência na área.

“A residência tem a duração de três anos, período no qual somos obrigados a publicar três artigos, participar numa conferência internacional e completar o case log

Como vê o futuro da medicina veterinária de zoo e conservação em Portugal e no mundo? Há alguma inovação ou tecnologia que esteja a revolucionar esta área?

A resposta, quase incontornável, é a Inteligência Artificial (IA), porque vai ter (já tem!) um impacto enorme na prática, com mais-valias expectáveis em inúmeros domínios. Desde logo, no plano da conservação dos animais, a IA tem um potencial imenso na realização de censos. Atualmente, essa contagem é feita com câmaras de armadilhagem e depois alguém tem que visualizar horas e horas de gravação para identificar o texugo ou a raposa… Acredito que a utilização de drones (para áreas de difícil acesso humano) e a incorporação de algoritmos de IA (capazes de reconhecer os sons emitidos pelos animais, por exemplo) venham facilitar muito este trabalho.

No que respeita à caça furtiva, os drones são aliados incríveis, com capacidade para detetarem e apanharem muito mais rapidamente e sem tanta hipótese de fuga os caçadores. Por tudo isto, estou bastante expectante relativamente às cenas dos próximos capítulos… Acho que os próximos episódios vão ser mesmo muito interessantes.

No Zoo de Edimburgo, temos prevista para breve a instalação de um projeto de realidade virtual que vai permitir aos visitantes experienciar uma observação de gorilas como se estivessem na floresta do Uganda, ou seja, no seu habitat natural. Recentemente risquei esse item da minha bucket list: ver os gorilas no seu habitat natural no Uganda. Mas sei que nem toda a gente terá essa oportunidade e a realidade virtual é uma forma de trazer essa experiência até às pessoas.

Que projetos tem para o futuro próximo?

No final do ano, se tudo correr bem, vou à Reserva de Budongo, no Uganda. É um centro de recuperação de chimpanzés selvagens e vou estar lá duas semanas no âmbito de um intercâmbio com o Zoo de Edimburgo, a apoiar as equipas veterinárias locais, a partilhar conhecimento e a aprender imenso. Acho que é uma parceria incrível e estou muito ansiosa.

Num futuro a médio prazo, adoraria poder voltar a Portugal e iniciar o primeiro programa de residência da especialidade de medicina de zoo.

“Num futuro a médio prazo, adoraria poder voltar a Portugal e iniciar o primeiro programa de residência da especialidade de medicina de zoo”

A papa-formigas diabética e o pinguim que foi fazer uma ressonância magnética

Na prática da sua profissão, Stéphanie Mota recorda alguns casos mais desafiantes com que já se deparou, como o do pinguim que teve de ir à Universidade de Edimburgo fazer uma ressonância magnética.

“Sempre que tenho um caso de Neurologia, referencio para o meu noivo, que também é português, é médico veterinário especializado em Neurologia e trabalha na Universidade de Edimburgo”, explica a especialista, lembrando o caso de um pinguim com uma “infeção gigante no cérebro provocada por um fungo”. O exame permitiu fazer um diagnóstico atempado e correto e instituir a terapêutica adequada, tendo o animal respondido bastante bem e acabado por estabilizar.

Especialmente marcante foi o caso da Nala, uma papa-formigas diabética, que se tornou numa mascote para crianças com a mesma patologia. “Foi a primeira vez que se diagnosticou diabetes nesta espécie, não havia nada documentado na literatura e apesar do diagnóstico não ter sido particularmente complicado, o controlo da doença foi desafiador, porque não dispúnhamos de qualquer guideline em termos de que insulina utilizar, em que doses, como monitorizar os valores de glicose…”, recorda a veterinária.

Segundo Stéphanie Mota, este é um caso inesquecível por isso e “por ter envolvido tanta gente em prol de um objetivo comum. Conseguimos ajustar-lhe a insulina depois de algumas tentativas falhadas, pusemos-lhe um sistema de monitorização contínua de glicose (MCG) de humanos na perna e por isso o nosso departamento de comunicação foi forçado a emitir um press-release com a situação clínica do animal. Isso gerou uma onda de mensagens por parte de pais com filhos diabéticos, que se sentiram representados e menos estigmatizados por terem que usar um desses sistemas. Um grupo de apoio a pessoas com diabetes do Reino Unido chegou mesmo a fazer uma mascote inspirada na Nala, a usar o MSG na perna, e o impacto que gerou foi extraordinário”.

*Artigo publicado na edição 192, de abril, da VETERINÁRIA ATUAL

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