A British Veterinary Association (BVA) e a British Association of Small Animal Veterinarians (BSAVA) pediram ao governo britânico para adotar uma abordagem baseada em evidências de mau comportamento e não de raça na legislação relativa à classificação de cão perigoso, avança o periódico espanhol Animal’s Health. O pedido surge no âmbito do 30º aniversário da Lei dos Cães Perigosos (1991).
Os médicos veterinários britânicos notam que a base da lei foi “amplamente desacreditada”. A BVA explica que a lei britânica proíbe a propriedade de certos tipos de raças que são vistas como um risco para a segurança pública. Estes tipos de raças incluem o pit bull, o tosa inu, o dogo argentino e o fila-brasileiro.
“As investigações não encontraram uma redução nos incidentes de comportamento agressivo e mordidas de cães desde que a lei foi introduzida, e os médicos veterinários estão preocupados que definir determinadas raças como perigosas pode levar à falta de ênfase no papel do detentor responsável na prevenção de agressões de cães”, afirmam.
As associações pedem ainda a consolidação do controlo dos cães no Reino Unido, através de uma base de dados centralizada de incidentes de mordidas de cães. Acreditam também que as orientações para interações seguras entre cães e humanos e os titulares responsáveis devem ser promovidas através de programas e campanhas de educação.
“Os incidentes de agressão e mordida de cães devem ser vistos como problemas complexos de saúde social e pública, exigindo uma variedade de estratégias de prevenção que incluam investigação adicional sobre agressão”, explicou o presidente da BSAVA, Sheldon Middleton.
“Além disso, gostaríamos de ver uma abordagem mais focada no controlo de cães. A consolidação e a racionalização da legislação, que está fragmentada, facilitaria o progresso nesta área, além da atribuição de recursos dedicados para apoiar o cumprimento e coordenação dos serviços para resolver as questões a nível local”, concluiu o responsável.