O Centro de Imagem Montenegro é uma referência em imagiologia veterinária em Portugal, sendo pioneiro na oferta simultânea de tomografia computorizada e ressonância magnética. Em estreita colaboração com clínicas e hospitais veterinários de todo o País, o centro tem evoluído para atender às crescentes necessidades de diagnóstico, apostando na formação contínua e na construção de parcerias estratégicas. Priorizando a formação contínua e a construção de relações de confiança, a sua atuação é alicerçada na colaboração transparente entre todos os intervenientes envolvidos – pilares essenciais para o sucesso na referenciação e acompanhamento dos casos.

Direitos reservados | Da esquerda para a direita: Vânia Evaristo (médica veterinária); Duarte Costa (médico veterinário); Pedro Santos (médico veterinário); Rui Mota (diretor clínico); Isabel Guedes (enfermeira veterinária); Carla Leite (enfermeira veterinária); Filipa Sousa (médica veterinária); e Margarida Vilaça (médica veterinária).
O Centro de Imagem Montenegro foi fundado em 2011 pelos médicos veterinários Rui Mota e Luís Montenegro, com o propósito de oferecer um serviço especializado em imagiologia avançada para apoiar diagnósticos veterinários.
Inicialmente equipado apenas com um aparelho de tomografia computorizada (TAC), o centro expandiu-se em 2017 com a inclusão da ressonância magnética, tornando-se “a primeira estrutura em Portugal a oferecer simultaneamente estes dois exames de imagem avançada”, começa por referir o diretor clínico, Rui Mota.
Atualmente, o Centro de Imagem Montenegro conta com uma equipa de seis médicos veterinários e duas enfermeiras veterinárias, sendo que 80% do trabalho desenvolvido neste centro está direcionado para referenciação de casos vindos de outros Centros de Atendimento Médico-Veterinário (CAMV). O foco na referenciação implica uma estreita comunicação com outros profissionais veterinários, com 50% do trabalho diário a ser realizado por atendimento telefónico, permitindo a discussão detalhada de cada caso e a construção de um diagnóstico conjunto. “A base do nosso trabalho é o diálogo com os colegas, a troca de opiniões e a construção de um plano diagnóstico sólido e partilhado. O nosso papel vai além da realização dos exames de imagem – oferecemos apoio integral no diagnóstico, utilizando a imagiologia como uma ferramenta complementar essencial.”
Como ressalta o diretor clínico, a abordagem do centro não se limita à imagiologia, a equipa presta suporte em exames clínicos e neurológicos, assim como em procedimentos complementares. “Apesar de sermos um centro de imagem, o nosso trabalho não se resume a isso. O animal não vem apenas para fazer uma TAC ou uma ressonância. Damos apoio no exame clínico e, frequentemente, no exame neurológico, uma vez que muitos dos casos que recebemos estão relacionados com neurologia. Depois do exame, há um seguimento adequado”, acrescenta.
O principal objetivo do centro é fornecer um diagnóstico completo e integrado, garantindo que os exames de imagem sejam realizados com verdadeiro valor clínico agregado. “Não se trata apenas de realizar o exame de imagem, mas sim de interpretá-lo em conjunto com a equipa veterinária responsável pelo caso. A partir dessa análise, o colega prossegue com a avaliação, permitindo que cheguemos a uma conclusão conjunta e fundamentada”, esclarece Rui Mota.
  “O Centro de Imagem Montenegro não funciona como uma segunda opinião, mas como parte da equipa do CAMV de origem. Se isso acontecer é muito mais fácil que os tutores continuem a ser seguidos no seu CAMV, sabendo que têm sempre este apoio” – Rui Mota, diretor clínico
Ampliando a rede de diagnóstico com CAMV locais
O crescimento do Centro de Imagem Montenegro impulsionou a sua expansão para outras regiões do País, estabelecendo uma rede de colaboração com hospitais veterinários locais. As primeiras parcerias foram firmadas com o Hospital Veterinário de Aveiro, o Alma Veterinária, em Sintra, o Hospital Veterinário do Baixo Alentejo, em Beja, e, mais recentemente, em Loulé, abrangendo também a região do Algarve.
Nesses centros, a equipa do Centro de Imagem Montenegro fornece formação especializada em anestesia, assim como para o posicionamento e execução corretos de exames, com vista a garantir a máxima qualidade nos procedimentos. Os exames realizados localmente são depois enviados para a unidade do Porto, onde a equipa analisa as imagens e emite relatórios detalhados, acrescentando recomendações sempre que necessário.
“A parceria com os hospitais locais tem funcionado muito bem e temos recebido diversos convites para expandir este modelo.” Neste contexto, o centro passou a alargar o seu leque de atuação, realizando também interpretação de exames para unidades fora da rede. Um exemplo disso é o Hospital Veterinário da Covilhã, com o qual foi estabelecido um protocolo de colaboração, ainda que sem integração formal na rede do Centro de Imagem Montenegro.
A relação com os parceiros vai além da leitura de exames, envolvendo também formação contínua para os CAMV locais. “Os colegas enviam-nos os exames, nós realizamos a leitura, elaboramos o relatório, que é assinado por nós, e enviamos de volta. Mas a colaboração não se limita a isso. Promovemos ainda ações formativas, tanto para os hospitais parceiros quanto para os CAMV locais. O nosso objetivo com essas formações é fornecer ferramentas essenciais para os profissionais locais, permitindo-lhes compreender melhor as vantagens e o impacto dos serviços de imagiologia no diagnóstico veterinário.”
“A parceria com os hospitais locais tem funcionado muito bem e temos recebido diversos convites para expandir este modelo.” – Rui Mota, diretor clínico
Disponibilidade e colaboração
Um dos principais diferenciais do Centro de Imagem Montenegro é a sua disponibilidade, operando 24 horas por dia, sete dias por semana. Fora do horário regular, das 8h às 21h, a equipa mantém um contacto telefónico para urgências, assegurado por um dos seis médicos veterinários que fazem parte do corpo clínico. Em caso de necessidade, um profissional desloca-se ao centro para realizar o exame, com vista a dar uma rápida resposta a situações críticas.
Além da disponibilidade e rapidez no atendimento, o centro prioriza a comunicação eficaz com os CAMV, sendo esta considerada “uma prioridade”, mesmo em casos onde os exames não são necessários. Os médicos veterinários da equipa estão disponíveis para aconselhamento sobre a melhor abordagem para cada situação, promovendo “a transparência”, o que, na perspetiva do diretor clínico, contribui para “fortalecer a relação com os colegas e reforçar a credibilidade do serviço”.
Outro fator distintivo é a flexibilidade na interação com os tutores dos animais. Embora o contacto preferencial seja com os veterinários responsáveis, em muitos casos os animais são encaminhados diretamente pelos tutores, especialmente quando os CAMV estão localizados a grandes distâncias. Nessas situações, a equipa do centro mantém uma ligação estreita com o veterinário de origem, assegurando o correto acompanhamento do caso.
“Recebemos animais de diversas regiões, desde a Galiza até Leiria, além de casos esporádicos vindos da Guarda, Algarve e Lisboa. Quando o veterinário responsável não pode acompanhar o animal devido à distância, é o tutor que o traz até nós. Idealmente, há um contacto prévio, no qual o veterinário nos envia informações detalhadas por e-mail. Ao chegar, observamos o animal, realizamos o diagnóstico e, se necessário, ajustamos o plano inicial”, explica Rui Mota.
Sempre que há alterações no plano, a comunicação com o veterinário responsável é priorizada, permitindo uma discussão colaborativa sobre as melhores opções para o paciente. “Após essa conversa, explicamos detalhadamente a situação ao tutor, que autoriza os procedimentos necessários. Depois da realização dos exames e da obtenção dos resultados, enviamos todas as informações ao médico veterinário responsável, garantindo a continuidade do tratamento.”
Em casos mais complexos, como cirurgias especializadas, pode ocorrer a necessidade de manter o seguimento no hospital, caso o CAMV de origem não tenha infraestrutura para dar continuidade ao tratamento. No entanto, o princípio do centro mantém-se inalterado: No final do processo, o animal é sempre reencaminhado ao CAMV de origem, garantindo que os cuidados sejam finalizados pelo veterinário que acompanha o caso desde o início.
“Acumulámos um elevado nível de experiência, o que nos permite transmitir segurança e confiança aos colegas veterinários. Acreditamos que essa segurança é precisamente o que os profissionais procuram quando recorrem aos nossos serviços.” – Rui Mota, diretor clínico
Comunicação, experiência acumulada e confiança
Na prestação de serviços veterinários de referência, a qualidade do atendimento vai além dos aspetos técnicos. Um dos pilares fundamentais desse trabalho, destaca Rui Mota, é a comunicação eficaz entre os profissionais envolvidos. O objetivo é garantir um acompanhamento adequado dos casos e proporcionar a melhor experiência possível para os tutores dos animais.
“As falhas na comunicação são a principal causa de problemas e podem comprometer a evolução do caso”, ressalta o diretor clínico. Neste âmbito, o centro prioriza o contacto direto com os médicos veterinários que encaminham os pacientes, com a premissa de assegurar um atendimento coordenado e eficiente.
Com 14 anos de dedicação à área da referência, a experiência adquirida pelo centro é outro fator que o diferencia. “Os colegas veterinários já conhecem a nossa forma de trabalhar e sabem exatamente o que esperar do nosso atendimento. Este trabalho de longo prazo foi construído ao longo dos últimos anos, muito antes da criação do Centro de Imagem Montenegro, com a filosofia do Hospital Montenegro.”
Na visão de Rui Mota, a confiança gerada ao longo dos anos é o resultado da combinação entre conhecimento técnico e suporte contínuo aos médicos veterinários. “Não somos especialistas em todas as áreas, mas acumulamos experiência suficiente para oferecer um direcionamento sólido. O nosso objetivo é garantir que nenhum caso fique sem encaminhamento. Se não temos uma resposta definitiva, pelo menos conseguimos orientar o profissional para um caminho adequado.”
Ao longo dos anos, foram milhares os casos que passaram pelo centro, proporcionando à equipa um contínuo aprimoramento de conhecimento e abordagem. “Acumulámos um elevado nível de experiência, o que nos permite transmitir segurança e confiança aos colegas veterinários. Acreditamos que essa segurança é precisamente o que os profissionais procuram quando recorrem aos nossos serviços.”
Os médicos veterinários da equipa estão disponíveis para aconselhamento sobre a melhor abordagem para cada situação, promovendo “a transparência”, o que, na perspetiva do diretor clínico, contribui para “fortalecer a relação com os colegas e reforçar a credibilidade do serviço”. – Rui Mota, diretor clínico
Que caminho para a referenciação?
Nos últimos anos, o setor veterinário em Portugal tem assistido a uma crescente especialização, com uma maior segmentação das áreas de atuação dos profissionais. Esta tendência tem favorecido a referenciação entre CAMV, permitindo que cada clínica ou hospital possa focar-se em áreas específicas, garantindo um atendimento mais especializado. Apesar de ainda não estar plenamente enraizada em Portugal como acontece em outros países, a referenciação tem evoluído positivamente e o Centro de Imagem Montenegro tem desempenhado um papel ativo na sua promoção.
“Nós já trabalhamos a referenciação há muitos anos, é a nossa realidade, e já não me faz sentido trabalhar de outra forma. O mais importante é respeitar a opinião dos outros, saber discutir os casos e tentar orientar da melhor forma.” Neste sentido, a mensagem a passar aos clientes é clara: “O Centro de Imagem Montenegro não funciona como uma segunda opinião, mas como parte da equipa do CAMV de origem. Se isso acontecer é muito mais fácil que os tutores continuem a ser seguidos no seu CAMV, sabendo que têm sempre este apoio”, reforça Rui Mota.
*Artigo publicado na edição 190, de fevereiro, da VETERINÁRIA ATUAL