Apesar de cães esterilizados terem menor risco de desenvolverem cancro de mama, um estudo agora publicado na revista científica PLOS One sugere que a prática pode aumentar o risco de cancros mais agressivos, devido à importância do papel no estrogénio no cancro mamário canino.
O papel da hormona parece ser mais complexo do que se pensava, podendo, inclusive, ajudar a explicar porque é que caninos esterilizados ainda jovens são mais propensos a desenvolver outros cancros mais agressivos.
Cientistas da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade da Pensilvânia (Penn Vet), nos Estados Unidos da América, decidiram investigar as correlações entre os fatores hormonais – como o estrogénio sérico, recetores de estrogénio e histerectomia ovariana – e outros fatores prognósticos clínicos/histológicos, e o seu impacto no tratamento de cães com carcinomas mamários.
Nos animais esterilizados com tumores mamários, a equipa descobriu que os altos níveis séricos de estrogénio atuavam como protetores, sendo associados a tempos mais longos de metástase e à sobrevivência.
“Os cães que permanecem intatos e têm ovários desenvolvem muito mais tumores mamários do que os cães que foram esterilizados, pelo que remover essa fonte do estrogénio tem um efeito protetor”, explica a autora do estudo Karin Sorenmo, oncologista veterinária em Penn Vet.
“O estrogénio parece impulsionar o desenvolvimento do cancro de mama, mas o seu papel na progressão para metástase – acho que é mais complicado.”