No final do ano passado, os noticiários foram inundados pela notícia de que um produtor da Póvoa de Lanhoso terá abandonado e deixado morrer à fome cerca de 100 bois, vacas e vitelos numa exploração agropecuária.
O caso levantou várias questões de saúde pública e no final de 2015, o Ministério da Agricultura anunciou, através da Direção Geral de Alimentação e Veterinária e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, que iria assegurar a alimentação dos animais enquanto analisava que medidas legais poderiam ser adotadas.
“Para além das medidas legais que neste momento estão em estudo, e que poderão vir a ser adotadas pela DGAV com vista à resolução definitiva do problema, o Ministério da Agricultura tomou a iniciativa de assegurar a alimentação dos animais durante os próximos dias, tendo em conta a situação de emergência em que se encontram. Esta decisão conta com a participação do Município da Póvoa de Lanhoso, que operacionalizará a distribuição de feno aos animais”, explicava o Ministério em comunicado.
De acordo com a imprensa, José Vieira, dono das cabeças de gado abandonadas, terá referido que deixou de alimentar os animais por falta de meios. A exploração permanece neste momento sem alimento, feno ou serragem e os animais estão já numa situação limite.
Segundo o Jornal de Notícias, o problema terá começado em 2003 quando a Direção-Geral de Veterinária (DGAV) realizou análises à exploração que indicavam brucelose, o que implicou o ‘sequestro’ da exploração e o impedimento de recorrer a apoios do Estado para a exploração, assim como a comercialização dos bovinos.
Já de acordo com o Ministério da Agricultura, “ao longo dos anos, várias diligências foram empreendidas no sentido de resolver as diferentes situações com os detentores dos animais, sem que tenha sido conseguida qualquer atitude razoável de colaboração. O incumprimento das normas legais relativamente as estas matérias (normas relativas ao Bem-Estar Animal, Identificação e Circulação Animal e também à Sanidade Animal) representa, como se sabe, um grave perigo para a Saúde Animal e para a Saúde Pública e coloca em causa o bem-estar dos animais”.
Espera-se agora para saber qual será a atitude adotada pelo Ministério da Agricultura, mas tudo indica que a exploração deverá terminar interditada.