Nasceu, pela primeira vez desde que há registo, um roque-de-castro na ilha da Berlenga. De acordo com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), “o nacimento desta ave marinha ameaçada é prova do sucesso dos trabalhos de conservação desenvolvidos na ilha durante os últimos quatro anos”.
Esta é uma das mais pequenas aves marinhas portuguesas e tem-se refugiado em pequenos ilhéus e ilhas onde está a salvo de ratos, ratazanas e outros predadores trazidos pelos humanos.
“Esta cria é a prova viva de que podemos fazer a diferença”, diz Joana Andrade, coordenadora do Departamento de Conservação Marinha da SPEA e do projeto Life Berlengas. “Poucas pessoas têm a sorte de ver um roque-de-castro. Esta ave escura com uma faixa branca no dorso passa a maior parte da vida no mar. Mesmo quando vem a terra, para se reproduzir, continua a ser esquiva. Faz o ninho em cavidades em escarpas inacessíveis, ou em fendas nas rochas em ilhas desertas, para se manter a salvo dos predadores”, diz ainda a SPEA.
A SPEA faz tem vindo a desenvolver um trabalho de restauração da vegetação nativa na Berlenga e tem acompanhado as aves marinhas. Ao mesmo tempo, a SPEA está a colaborar com pescadores da região para evitar que aves como o roque-de-castro morram presas em aparelhos de pesca, e com operadores turísticos para garantir que os milhares de pessoas que visitam a Berlenga todos os anos tenham os cuidados necessários de modo a prevenir o regresso de predadores como ratos.
“Esperamos que esta cria seja a primeira de muitas. O sucesso da espécie na Berlenga depende de todos: visitantes, autoridades, operadores turísticos, pescadores… todos podemos ajudar estas aves a vingar”, conclui Joana Andrade.