Um estudo recente revelou a falta de evidências robustas que apoiem a validade do conteúdo dos PROMs – Patient Reported Outcame Measures, utilizados para medir a ‘fadiga por compaixão’ em médicos veterinários e profissionais do setor.
A ‘fadiga por compaixão’ está, por norma, associada a profissões de prestação de cuidados e pode surgir depois de uma exposição frequente à dor dos outros ou, neste caso, dos tutores e também dos próprios animais.
“A ‘fadiga por compaixão’ é definida como exaustão emocional ou física e reações emocionais resultantes da exposição prolongada a eventos traumáticos”, explicam os investigadores.
No entanto, a análise revelou que as várias ferramentas existentes, a validação do conteúdo e a própria definição do termo são insuficientes para medir com precisão a exaustão emocional dos médicos veterinários e profissionais da área.
Os investigadores analisaram seis PROMs, com apenas um direcionado especificamente aos profissionais de saúde animal, tendo concluído que todas as ferramentas apresentavam “deficiências significativas”.
Assim, os cientistas classificaram a qualidade destes instrumentos como baixa, evidenciando a necessidade de uma reavaliação destes PROMs. Além disso, “enfatiza-se a importância de uma melhor compreensão e harmonização da definição do conceito através da construção de um quadro teórico sólido”, sublinham os investigadores, que adiantam ser fulcral o bem-estar dos médicos veterinários para a própria saúde e bem-estar dos animais de companhia.
De acordo com um estudo, conduzido pelos Centers for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos da América (EUA), foi observado que 1 em cada 3 médicos veterinários sofre de ansiedade, assim como 1 em cada 6 já ponderou o suicídio, registando-se uma taxa de mortalidade por suicídio, pelo menos, 3 vezes superior que na população em geral.