Um estudo realizado pela Universidade de Évora e publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health revelou que a intervenção terapêutica assistida por equinos (EAS, na sigla em inglês) pode “melhorar significativamente” as competências socioemocionais de crianças institucionalizadas.
De acordo com a comunicação no site da Universidade, a investigação, coordenada por Ana Rita Matias, professora no Departamento de Desporto e Saúde da Universidade de Évora e investigadora no Comprehensive Health Research Centre (CHRC), que envolveu crianças de um centro de acolhimento temporário, revelou que a abordagem utilizada demonstrou “melhorias marcantes em áreas como autorregulação, autocontrolo e adequação gestual”.
“A terapia assistida por cavalos tem vindo a ganhar maior visibilidade na área terapêutica e funciona como um mediador dotado de certas particularidades, tornando este animal um parceiro de trabalho com enorme potencial”, afirmou a investigadora, mostrando-se satisfeita com os resultados obtidos pela investigação.
Ana Rita Matias, citada no site da Universidade de Évora, recorda que “as crianças institucionalizadas frequentemente apresentam problemas comportamentais e défices em competências socioemocionais devido à ausência de cuidados individualizados e interações sociais consistentes com os cuidadores, pelo que este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de 17 sessões de EAS que promovemos na promoção dessas competências, utilizando uma abordagem de intervenção psicomotora”.
O estudo demonstrou ainda, explica Ana Rita Matias, “que crianças com problemas socioemocionais graves podem estabelecer conexões afetivas significativas com os cavalos, desenvolvendo empatia e melhoram a sua integração social”. Ressalvando que os destinatários deste tipo de terapia tanto podem ser crianças, como adolescentes ou adultos, sendo diversas as situações clínicas que podem estar associadas a cada indivíduo.
Apesar de existir ainda pouca investigação neste campo, a investigadora concluiu que “o nosso estudo veio confirmar melhorias nas relações interpessoais e habilidades de equitação, em crianças em risco social, após uma TAC orientada por um psicomotricista”.